quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Realismo não significa abrir mão dos ideais

Seja realista,  peça o impossível. 


Uma reação comum a meu texto indicando que a esquerda deve ter como bandeira não o impeachment do Biroliro, mas a anulação das eleições de 2018, é dizer que essa proposta não tem chance de vitória.

É o possibilismo estreito que anda ocupando cada vez mais o espaço do realismo político da esquerda brasileira. Como se a conjuntura fosse estática e não pudesse ser mudada.

Portanto, só nos resta acomodação, recuo, apequenamento e desespero.

Se a gente não se mexer, a conjuntura não vai mudar mesmo.

Além disso, parece que esquecemos que se trata de uma luta de longo prazo. Parece que só podemos abraçar bandeiras que tenham chance de vitória imediata.

Esquecemos que a trajetória do próprio PT foi construída com muitas derrotas - por abraçar propostas que naquele momento eram inviáveis, mas que sinalizavam a radicalidade do projeto ético-político que animava o partido nos seus princípios.

Defender a anulação das eleições sinaliza numa só bandeira a repulsa a Bolsonaro, a denúncia do retrocesso democrático em curso, o repúdio às medidas antipovo e antinação que estão sendo tomadas e também o Lula Livre.

Parece melhor do que ficar só reagindo ao twitter do ex-capitão ou aderir à campanha do impeachment pró-Mourão.

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