João Ximenes Braga
RUMO À EXTINÇÃO
Em dezembro de 2018, o Estadão registrou: "Quando vi entidades ambientais criticando ele, eu falei: ‘poxa, acho que acertamos’”, contou, provocando risadas entre os presentes".
"Provocando risadas entre os presentes".
A tirania do escárnio começou com o voto no Golpe com elegia a torturador, mas a nomeação de Salles foi um dos pontos altos da demonstração de desprezo que esse ser tem por nós. Nem sei bem quem chamo de "nós", no caso. Meus amigos de Face? A Esquerda? Os que se querem civilizados?
Um ano depois, todo o desastre anunciado se cumpriu. Mas em proporções maiores do que o mais catastrofista dos paranoicos conseguia prever. O desmatamento da Amazônia atingiu níveis termosféricos com o estímulo aos grileiros, as praias de meio litoral brasileiro sucumbiram à inação do ministro e o Brasil se tornou o país mais desprezado do mundo. Culminou esta semana com esse patético inquérito que usa quatro jovens que têm esperança no mundo como bodes expiatórios da vileza bolsonarista (uso "culminar" por força do hábito, sabendo que o verbo não se adequa ao que estamos vivendo).
Era para, neste momento, "nós" desistirmos de seguir aparentando civilização e marcharmos com tochas rumo ao ministério do meio-ambiente para exigir a deposição de Salles. Mas eis que abro o UOL e leio o seguinte:
"O Brasil é modelo em conservação ambiental e, por isso, merece receber pelo menos US$ 10 bilhões dos US$ 100 bilhões ao ano prometidos por países desenvolvidos a nações em desenvolvimento pelo Acordo de Paris. Essa é a avaliação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que concedeu entrevista ao UOL e à Folha de S.Paulo, em Brasília".
É um escárnio. A imprensa segue tratando Salles como se ele fosse uma pessoa normal. Em total polarização semiótica com qualquer notícia que trate de Lula.
E assim, o projeto de aniquilação necromiliciano neofascista liberal pentecostal avança dez casas dia a dia.
Não vai sobrar porra nenhuma
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