quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Secretário da Cultura do presidente miliciano enxovalha o país perante o mundo


O alucinado

Claudio Guedes

Discursando ontem, 19/11, na reunião anual da Unesco, o secretário da Cultura do governo Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, disse, referindo-se à época pré-Bolsonaro:
"A arte brasileira transformou-se em um meio para escravizar a mentalidade do povo em nome de um violento projeto de poder esquerdista, um projeto mesquinho que perseguiu e marginalizou a autêntica pluralidade artística de nossa nação".
Para Alvim, um diretor teatral ungido a administrador cultural no atual governo, esse movimento abarcou "a quase totalidade do teatro, da música, das artes plásticas, da literatura e do cinema, e não ocorreu de modo espontâneo".

Mas, segundo ele, com a eleição de Bolsonaro, "os valores ancestrais de elegância, beleza, transcendência e complexidade encontraram uma nova atmosfera. E isso vai nos permitir retomar o sonho de libertar a cultura e colocá-la na direção de princípios poéticos sagrados".

A partir de 2016, após uma enfermidade, Alvim passou por um processo de reconversão religiosa e ideológica, abandonando seus amigos e colaboradores de ofício e passando a se declarar seguidor do filósofo vigarista escatológico Olavo de Carvalho. Por estes caminhos se aproximou do presidente Jair Bolsonaro.

Suas alucinações, seu destempero verbal, a violência com que passou a tratar seus antigos colegas do meio artístico fez sua fama na "'entourage" governista. Alvim se declara em "guerra irrevogável" contra a classe artística nacional. Há poucas semanas ele foi o autor de ataques torpes à grande dama do teatro & cinema brasileiros, a atriz Fernanda Montenegro.

Ele ocupa hoje o cargo que foi no passado de ministro da Cultura (no atual governo o ministério foi reduzido a uma secretaria), que teve como condutores Celso Furtado, Gilberto Gil e Antonio Houaiss, entre outros homens da cultura, da política e das artes.

Foi esta mistura de alucinado, boçal e energúmeno que discursou na reunião da Unesco, o órgão das Nações Unidas para Ciência, Educação e Cultura, na terça-feira, prometendo "a criação de uma nova geração de artistas", no melhor estilo III Reich de Hitler & Goebbels.

Imaginem o vexame.

O país sendo enxovalhado perante o mundo.

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