Claudio Guedes
A jornalista Ruth de Aquino, num artigo brilhante no O Globo, 16/4, descreveu com precisão o presidente Jair Bolsonaro como um psicopata. Com fortes argumentos, a jornalista listou o comportamento do presidente, ontem e hoje, demonstrando a linha comum existente nos seus atos e declarações: uma profunda aversão à vida humana.
Ontem, ao apresentar seu novo ministro da Saúde, um médico oncologista sem qualquer qualificação em saúde pública no meio do imenso desafio enfrentado no país pela COVID19, vimos um presidente aéreo, mentindo como sempre - ao falar em "divórcio consensual" com o ministro demitido - e balbuciante.
Não custa lembra o padrão típico de um psicopata: um indivíduo com um padrão comportamental e/ou traço de personalidade, caracterizada em parte por um comportamento antissocial, diminuição da capacidade de empatia/remorso e baixo controle comportamental ou, por outro, pela presença de uma atitude de dominância desmedida. É ou não é um retrato vívido de Jair Bolsonaro? Quem há de negar?
Abatido o ministro Mandetta que, com restrições e atrasos, vinha comandando de forma organizada e transparente as ações contra o coronavírus, o psicopata do Planalto busca desesperadamente outros "inimigos".
Hoje, 17/4, começou a espalhar a parlamentares próximos que recebeu um suposto dossiê da "área de inteligência" com informações de que Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador João Doria (PSDB-SP) e um setor do STF estão tramando um plano para dar um golpe e tirá-lo do governo.
Sob esse argumento, deu início a conversas com líderes de partidos. Ele não apresentou a nenhum deputado ou senador qualquer prova do suposto plano arquitetado. Como sempre, mente descaradamente dizendo que possui dossiê, que possui provas - como quando disse que tinha provas das fraudes nas eleições de 2018. Tudo uma fantasia, elaborada por um mente doentia, típica de um psicopata.
O país possui dois desafios gigantescos. Lidar com a pandemia da COVID19, ainda em escalada e que ameaça colapsar os sistemas de saúde de muitos municípios em duas ou três semanas, e administrar um presidente da República em surto psicótico também crescente.
Dureza.
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