sexta-feira, 5 de junho de 2020

País vive a maior tragédia de sua história, diz Nicolelis


O UOL Entrevista conversa ao vivo com o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, coordenador da Comissão Científica do Consórcio Nordeste, responsável pelo projeto Monitora Covid-19, aplicativo que orienta e informa a população sobre a doença em tempo real.  
A conversa, conduzida pelos jornalistas Leonardo Sakamoto e Carlos Madeiro.

Erros cometidos pelo Brasil na pandemia são históricos, diz Nicolelis

Do UOL, em São Paulo

O médico e neurocientista Miguel Nicolelis disse que a quantidade de erros que o Brasil cometeu no combate à pandemia do novo coronavírus vai "entrar para a história" e que os números de casos e óbitos registrados, apesar da subnotificação, já demonstram que o país vive a maior tragédia de sua história.

"A quantidade de erros é um caso histórico. Vai entrar para a história, vai haver uma descrição do grande fracasso do governo federal em lidar com a maior crise sanitária. Eu ouso dizer que esse evento vai entrar como a maior guerra da história do Brasil porque é uma guerra biológica e as pessoas não se deram conta", afirmou em entrevista ao UOL.

"O Brasil não pode ser analisado, essa questão da pandemia é multidimensional. Ela envolve diversos fatores erros crasso, eu estou falando, a gente vai contar essa história daqui a 50 anos e os erros crassos vão ser tão claros que as pessoas vão ler o livro e dizer 'eu não acredito nisso aqui", acrescentou.

Para Nicolelis, não houve qualquer reação ou planejamento do governo federal e faltou uma mensagem coerente e unificada que mostrasse a importância do isolamento social, considerado pela comunidade científica como o método mais eficaz no combate à pandemia.

"Não há sistema hospitalar no mundo que dê conta da capacidade de reprodução desse vírus. Então, como não levamos a sério desde janeiro, não ajudamos estados e municípios do ponto de vista de um governo unificado, não criamos testagem eficiente em todo Brasil, não criamos equipamentos necessário e não tiramos vantagem do sistema de saúde, dos agentes de saúde que deveriam ser a primeira linha de defesa", afirmou.

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