Os mecanismos de controle da opinião pública não objetivam convencer ninguém. Dirigem-se à emoção.
Um dos fundamentos da propaganda é que deve suprimir a razão para tornar-se eficiente.
A propaganda política, em particular, pretende estimular a radicalidade emocional, o alinhamento automático e impensado. O discurso conservador alimenta o radicalismo de direita e beneficia-se do radicalismo de esquerda, com o qual se confunde, nos momentos cruciais.
Institui-se um clima que exclui a ponderação. O diálogo é impossível.
O ocaso da razão coloca em xeque o idealismo democrático, concebido em um tempo em que se imaginava o Homo sapiens como espécie capaz de dominar pela razão os próprios impulsos em um meio social polarizado.. A experiência histórica, a partir da Revolução Francesa, provou que não era assim: a razão, o mais das vezes, presta-se a suportar motivação passional.
Com as técnicas desenvolvidas a partir da experiência em marketing, a pesquisa estatística e, recentemente, o manuseio de grandes estoques de dados para individualização das mensagens estimulantes inibitórias, não se sustenta a suposição de que decisões políticas possam ser tomadas com base no interesse objetivo dos cidadãos, conforme sua classe social e evidência dos fatos.
Se a razão e o interesse da maioria prevalecessem, nada seria como é.
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