Em entrevista ao Estadão, Mansueto Almeida, um dos pais não declarados do teto de gastos, agora no mercado financeiro, disse que "se a agenda fiscal sair dos trilhos, todo mundo vai perder". A respeito desse "todo mundo vai perder" me lembrei de uma história ótima.
Era um coquetel reunindo a nata do empresariado paulista, na primeira metade dos anos 80. Numa roda, Luis Eulálio Bueno Vidigal Filho, presidente da Fiesp, se queixava da inflação, numa época em que a alta média de preços passava de 200% ao ano.
"Assim não dá", lamentava Luis Eulálio. "Desse jeito, todo mundo perde!" Ao seu lado, o banqueiro Olavo Setúbal, construtor do Itaú, prefeito nomeado de São Paulo na segunda metade da década de 70, colocou a mão no ombro de Luis Eulálio, e, com sua voz cava, decretou:
"Luis Eulálio, meu caro, se todos perdessem com a inflação, ela já tinha acabado...
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