O primeiro debate dessa temporada, entre os candidatos a presidente dos EUA, Trump e Biden, mostra que são farinha do mesmo saco. Imperialistas, advogados do grande capital, defensores do supremacismo branco e da violência policial racista. Na briga entre os dois, viva a briga!
Só quem não viu Trump versus Biden pode achar que Cabo Daciolo e Pastor Everaldo, entre outros brazucas, são os personagens mais grotescos do planeta. O drama é que um desses dois energúmenos estará, ou continuará, à frente da maior potência imperialista e seu arsenal nuclear.
Para traduzir a disputa estado-unidense, basta uma pergunta: em quem você votaria no caso de eventual segundo turno entre Bolsonaro e Moro?
Bem que me esforcei para achar uma opção torcer por Biden contra Trump. Mas jamais os democratas tiveram candidato tão atrasado e pusilânime. As diferenças entre ambos são irrisórias. Torcer para um contra o outro acaba por legitimar um dos Estados mais antidemocráticos do mundo.
A teoria do mal menor é armadilha do senso comum. Se não houver bem significativo nesse “mal menor”, naturalizam-se os mesmos valores e interesses pérfidos, mas embalados por aparência menos diabólica. Há casos em que, a médio e longo prazo, o melhor é a vitória do mal maior.
Derrotar Trump poderia significar algum alívio em certos temas, mas não vale o preço de defender um inimigo dos povos como Biden. Até por pedagogia precisamos nos dedicar a denunciar republicanos e democratas como os dois braços de um Estado imperialista que só merece repulsa.
Nos bastidores de uma dessas inúmeras “lives”, pude perguntar a um diplomata chinês quem ele preferia nas eleições norte-americanas. O cidadão não vacilou: “Trump. Mais quatro anos sob seu governo, os EUA estarão completamente desmoralizados, além de esfrangalhados internamente.”
Para quem ficou incomodado com tradução das eleições dos EUA como se fosse, no Brasil, uma disputa entre Bolsonaro e Moro, aqui vai uma nova versão comparativa para o confronto Trump versus Biden: em eventual segundo turno, você votaria em Bolsonaro ou João Dória?
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