Como quase todo mundo, até ontem eu nunca tinha ouvido falar de Kássio Nunes.
As reportagens sobre ele mostram que é um magistrado, como tantos outros, que faz carreira graças ao apadrinhamento de políticos.
O STF está assim, coalhado de puxa-sacos. E a nomeação de Bolsonaro, quem diria, segue o padrão daquelas do PT.
Hugo Souza recuperou uma entrevista de Nunes, de 2018. Muita conversa sobre agilidade nos processos, sobre a qual não tenho como me pronunciar.
Acho espantoso que ele alardeie proferir 600 decisões por dia (ou seja, 1,25 por minuto, numa jornada de 8 horas de trabalho).
O que chama a atenção são as respostas às poucas questões fora dessa pauta.
Temos um vislumbre da vida acadêmica peculiar dos poderosos nesse país: Nunes diz que está "na fase de defesa da tese do doutorado e já cursando o pós-doutorado".
Ele encaixa uma citação surrada e fora de contexto de Ortega y Gasset, que deve considerar chique.
Demonstra uma falta de familiaridade com livros quase digna de Sérgio Moro. E apresenta um entendimento do que é ficção próprio de uma criança de 8 ou 9 anos.
Não tenho condições de avaliar Nunes do ponto de vista técnico. Mas seria razoável esperar, de um integrante da corte suprema, um pouco menos de incultura, um universo mental um pouco menos limitado.
Mas quanto a isso, novamente, ele não ficará desambientado no STF.
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