JUDAS
Dias Toffoli chegou ao Supremo Tribunal Federal, em 2009, pelas mãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Antes, havia servido ao governo petista como advogado-geral da União, um posto cobiçado dentro da burocracia do Poder Executivo ao qual o jovem Toffoli, ainda que um causídico sem brilho, foi alçado também por decisão de Lula.
Mais de vinte anos mais velho que Toffoli, Lula lhe dedicava um carinho fraternal, a ponto de correr o risco - posteriormente, confirmado - de ser acusado de fisiologismo e aparelhamento ideológico por dar tanta cancha a um advogado cujo único mérito era o de ter sido ligado ao PT.
Uma vez tornado ministro do STF, muito mais do que qualquer outro dos desastres indicados pelo PT àquela corte, Toffoli passou a se comportar como um gremlin alimentado depois da meia-noite.
Aos poucos, o advogado mal ajambrado dos tempos do PT tornou-se um magistrado vaidoso, de ternos e cabelos engomados. De tímido estafeta apadrinhado, moldou-se, traidor e arrogante, em um corpulento juiz das classes dominantes.
De Lula, não só se afastou como trabalhou incansavelmente para mantê-lo na cadeia. Enquanto pode, adiou o julgamento sobre prisão em segunda instância, ao mesmo tempo em que atuou para paralisar as investigações sobre o senador Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro.
Trata-se do mesmo presidente da República que, há cinco meses, ameaçou invadir o STF. A mesma figura execrável com quem Toffoli foi flagrado, em casa, aos abraços, em plena pandemia, sem máscaras.
Em todos os sentidos.
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