Esse tipo de pânico moral movido pela boataria mais abjeta não é só uma característica do protestantismo no Brasil: se tornou seu cerne. O grande negócio da fé se tornou a venda um estilo de vida "puro" e livre dos pecados "do mundo". https://t.co/dSxiSf9ftg
— Carapanã (@carapanarana) April 29, 2021
As grandes igrejas não querem fiéis, no sentido estrito do termo, querem consumidores. Não é sobre o dízimo simplesmente, mas sobre o controle de corpos e mentes através de uma indústria cultural que já tem décadas de existência.
Qualquer projeto de ensino público laico é enxergado como inimigo do complexo cultural gospel. Boa parte do poder político das igrejas deriva desse complexo - e consequentemente o do bolsonarismo também.
Converter é mudar o estilo de vida. É assistir Record ao invés de Globo, é deixar de frequentar pagodão pra consumir música de pastor-cantor, etc etc. Ser um bom cristão, vejam só, é consumir entretenimento gospel.
Essa construção ficcional do "mundo" (como os evangélicos se referem ao que está fora da esfera de influência da igreja) é necessária pra manter o fiel na linha. Lembro desse tipo de mediação ter relativamente pouca tração na política durante a década de 1990. Não mais.
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