Volta e meia falo aqui que o empresariado brasileiro quer inventar o incrível capitalismo sem consumidor.
Foi pra isso que apoiaram o Golpe, pra implementar a Ponte para o Futuro de Temer, a reforma da previdência, a reforma trabalhista, o teto de gastos. Um arrocho tamanho na classe trabalhadora que teria como consequência inevitável a queda do consumo, portanto da arrecadação, portanto do empresariado.
Aí hoje tá na Folha. Título "Fenômeno dos anos Lula, classe C afunda aos milhões e cai na miséria". No meio do texto, toca-se no pontinho crucial da tragédia da Economia neoliberal em país periférico: "Isso não só aumentará a desigualdade social brasileira mas retardará a recuperação econômica. Mais pobre, a gigantesca população de baixa renda consumirá menos, exigindo menos investimentos e contratações pelo setor produtivo".
Agora perceberam isso? Sério? O empresariado brasileiro passou os últimos cinco anos segurando a galinha dos ovos de ouro pelo pescoço e enfiando sua cabeça num tanque de água suja, pra agora perceber que vai ter escassez de ouro? Taqueopariu, viu. O ódio de classe, o racismo, a prepotência dessa elite econômica de merda que nós temos é autodestrutiva num grau que só uma profunda, intensa, atroz, assoberbante burrice explica. Agora enfiem a ponte para o futuro nos seus ocos.
Sábia era Beatriz, a milionária que dizia "não sei porque falam tão mal de pobre, eu adoro pobre, sou rica graças a eles".
Beatriz era um personagem de ficção e a frase fui eu que escrevi, em 2015, que no futuro será conhecido como O Ano Em Que Deu Merda. Beatriz era pura ficção no país que tem uma elite predatória, sádica e infinitamente burra.
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