A exemplo do que fez na ONU em setembro passado, o presidente Jair Bolsonaro voltou a mentir num palco internacional, como dizer hoje no primeiro dia da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, que determinou "o fortalecimento dos órgãos ambientais". Ele também fez promessas que não serão levadas a sério diante do histórico de destruição do Meio Ambiente partrocinado por seu governo.
Trocando em miúdos, a parte verdadeira de Bolsonaro, como lembrar avanços do Brasil na preservação ambiental "nos últimos 15 anos", é mérito de governos anteriores. As mentiras, como dizer que o governo está na "vanguarda global" da proteção ao Meio Ambiente, são obras de Bolsonaro.
Isolado no mundo e sinal de sua falta de prestígio, Bolsonaro ficou no fim da fila na ordem dos discursos dos presidentes no encontro patrocinado pelo colega americano, Joe Biden. A fala defensiva e mentirosa foi um recibo de que ele sentiu o peso do isolamento internacional construído por um governo de destruição da política externa, do meio ambiente, da saúde pública, dos direitos humanos e por aí vai.
Como levar a sério a promessa de Bolsonaro de que se empenhará para acabar com o desmatamento até 2030 se ele e o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) fazem exatamente o contrário?
Bolsonaro e Salles destruíram as áreas de fiscalização do ICMBio e do Ibama. O ministro do Meio Ambiente prometeu passar a boiada faz um ano e não aconteceu nada para impedir a meta de destruição ambiental assumida numa reunião ministerial.
Como sempre acontece, haverá análises de que Bolsonaro mudou o tom, suavizou, pode mudar de rumo, talvez haja um ponto de inflexão porque prometeu aqui e acolá, talvez possa mudar agora que a pressão aumentou etc. Já se viu o que ele fez na pandemia, não?
Não só o Brasil, mas o mundo inteiro está careca de saber que Bolsonaro é pura conversa fiada. Ele dizer que vai proteger o meio ambiente é tão verdadeiro quanto uma nota de três reais. Mas vamos ser justos. No meio ambiente, Bolsonaro prometeu o que está entregando: terra arrasada e porteira aberta para criminosos ambientais.
A melhor maneira de voltar a preservar o meio ambiente no Brasil é tirar Bolsonaro e Salles do poder. Devido à omissão das autoridades que podem contribuir para isso, a tarefa vai ficar mesmo a cargo do eleitor no ano que vem.
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