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quarta-feira, 8 de julho de 2020

O Brasil de Bolsonaro não é civilizado

Quando tomou-se consciência da gravidade da pandemia e do único modo de combatê-la naquele momento (a quarentena) houve um pacto. Um pacto da sociedade: todo mundo cuida de todo mundo para sairmos dessa com o menor número de mortes possível. E assim foi nos países em que a vida humana tem valor. Todo mundo se cuidando e cuidando de todo mundo. Para esse pacto funcionar, você precisa do comprometimento de todos (ou da esmagadora maioria) e de liderança, de uma liderança que faça a parte do Estado na organização da sociedade durante esse período, além de divulgar informações claras e confiáveis da situação. 

Aqui na Itália, que foi pega de surpresa e duramente atingida pela pandemia, funcionou. E ainda funciona, mesmo agora, quando já houve a reabertura. funciona porque o pacto não se rompeu. E você não vê na rua pessoas sem máscara e quando alguns se distraem e começam a se juntar logo chega alguém lembrando: “distanciamento!” e as pessoas se afastam. Outro dia saiu a notícia de um imbecil que voltou de viagem infectado, se reuniu com um monte de gente e começou um foco da doença. acho que nunca vi tanta gente com tanta raiva de uma pessoa. E o comentário era sempre o mesmo: “será que vamos ter que fechar de novo?” porque não passa pela cabeça das pessoas que o vírus volte a se espalhar enquanto segue-se com a vida normal. por aqui o pacto segue valendo: todo mundo cuida de todo mundo e sairemos dessa com o menor número de mortes possível. E se o vírus voltar a se espalhar, fecha-se tudo de novo.

No Brasil não. Não houve o pacto porque o bolsonaro não permitiu. Ele não apenas não cumpriu seu papel de liderar o pacto como fez tudo o que podia para boicotar, destruir, estraçalhar. Ele não iria permitir que o Brasil tivesse uma sociedade que se protege, que pensa nos mais frágeis, que valoriza a vida humana. Ele não podia permitir um pacto pela vida porque ele precisa da morte, do ódio, da indiferença. Sem o ódio o bolsonaro não é nada.

Então não venham agora falar em solidariedade e pacto. O pacto não existe no Brasil porque o próprio Bolsonaro se empenhou em destrui-lo. Se houvesse pacto, o pacto valeria também para ele. Como não há, ele que não venha reclamar agora de quem deseja sua morte pelo vírus. O Brasil do Bolsonaro não é civilizado.

Nina Paduani

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Por que os brasileiros demoraram tanto para eleger Bolsonaro?


O brasileiro resolveu que quer de volta a “vida normal”, e a vida normal para ele é essa aí, essa de não dar valor à vida dos outros. O brasileiro que nunca deu a mínima para chacinas, extermínios e mortos de fome já não aguentava mais fingir que se importava com os mortos por covid. 

“Ufa!” - ele respira aliviado, dá gargalhadas e toma seu chopp com amigos no Leblon, enquanto 62 mil famílias choram seus mortos -  “até que enfim minha vida normal de volta!” - e ainda comemora o veto do seu querido presidente - “e sem máscara!”. 

É, sem máscaras mesmo. 

Essa é a cara do brasileiro esperto.

Antes eu me perguntava como o brasileiro teve coragem de eleger o Bolsonaro, hoje me pergunto como demoraram tanto para o eleger.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Não é apatia, é concordância


Aquilo que supúnhamos ser apatia, na verdade é concordância. O Brasil concorda com o projeto de extermínio de pobres (quase todos pretos). A família não foi fuzilada “por engano” não. Eram pretos, eram pobres, eram o alvo. Por isso o silêncio cúmplice. Por isso nem uma palavra do Bolsonaro nem do Witzel nem de nenhum desses fascistas que estão no poder. “Um preto pobre a menos, ufa” dizem os que se calam.

O projeto de extermínio dos pobres também está no corte de verbas de proteção às enchentes e contenção de encostas promovido pelo Crivella. A intenção é deixar o pobre morrer soterrado no barraco da favela. A sociedade só se indigna, só se mobiliza, quando o táxi que leva avó e neta moradoras da Zona Sul é engolido pela lama. Elas foram as únicas duas vítimas acidentais do projeto de extermínio dos pobres, as únicas que arrancaram lágrimas dos ricos esta semana.

Nina Paduani

quinta-feira, 28 de março de 2019

Bolsonaro não é um estrategista, é um imbecil sem qualquer projeto


Cada vez que leio alguma análise de alguém de esquerda dando às ações do Bolsonaro uma interpretação de extrema inteligência, morro um pouco por dentro. Não, amigos, o Bolsonaro não está mandando o exército comemorar o Golpe Militar por ser um grande estrategista que quer seduzir os militares que se opõem aos desmandos dele, ele quer a comemoração porque ele é um tosco mesmo.

Ele é um burro, um idiota. A burrice é seu maior defeito, e também sua maior aliada. Pois o discurso vago e raso é facilmente comprado por muita gente, pois se adapta a cada realidade e cada um dá a ele sua própria interpretação, seu próprio sentido. Ele “joga pra galera”.

O Bolsonaro é um burro. Um idiota. Um tosco. Um imbecil. E sua trupe também (filhos, ministros etc). A esquerda precisa entender isso de uma vez por todas, para saber usar a sua maior vantagem: a inteligência.

Temos que mostrar que o rei está nu, e não cair no jogo do discurso raso e ficar imaginando roupas para vesti-lo.

Nina Paduani

sábado, 16 de março de 2019

Ignorância não é virtude


Se tem um erro que nós cometemos foi o de atacar o “argumento de autoridade”. De tanto batermos nisso, chegamos ao ponto em que um veterinário diz sem nem ruborizar que sabe mais psicologia infantil do que uma pessoa com doutorado na área, em que uma dona-de-casa diz saber mais sobre vacinas do que um médico, em que um engenheiro diz que o professor de história da Universidade de Jerusalém sabe menos de nazismo do que ele... E por aí vai. Precisamos urgente rever isso aí.

Não é que uma pessoa com doutorado não possa ser contestada, claro que pode. Mas é preciso deixar claro que para contestá-la você precisa de muito embasamento. Conhecimento não é “questão de opinião”.

Nina Paduani

terça-feira, 12 de março de 2019

O que Eduardo Bolsonaro fazia no dia em que o pai dele lhe mandou mensagem no WhatsApp dizendo "eu não vou te visitar na Papuda" ?


Sempre que vejo a estreitíssima ligação da família Bolsonaro com milicianos eu lembro da troca de mensagens do Bolsonaro pai com o filho, em que ele dizia “não vou te visitar na Papuda”.

O que será que o Bolsonarinho estava fazendo aquele dia (com o conhecimento do pai)?


Sabe a minha última pergunta: “o que o Eduardo Bolsonaro fazia no dia que o pai dele lhe mandou mensagem no WhatsApp dizendo ‘eu não vou te visitar na Papuda''?

Então, a polícia apreendeu 117 fuzis na casa de um amigo do miliciano que matou a Marielle, que por acaso é vizinho e conhecido do Bolsonaro. Fuzis que entraram no Brasil como?

Onde é que estava mesmo o Eduardo Bolsonaro naquele dia? Nos EUA? Fazendo o quê? Não era de férias, não tinha nenhuma agenda oficial de deputado por lá... O que ele fazia de criminoso por lá que poderia levá-lo para a Papuda?


domingo, 24 de fevereiro de 2019

Fraude é motivo de orgulho no governo Bozo

Um governo FAKE, eleito por fake news, composto por ministros que criam currículos fakes dizendo possuir títulos acadêmicos fakes.

É ministra que diz ser mestre sem nunca ter feito mestrado, é ministro da EDUCAÇÃO que diz ter dado aulas na UERJ sem nunca ter pisado lá, é ministro do meio ambiente CONDENADO por fraude ambiental dizendo possuir mestrado em Yale sem seu nome constar sequer como algum dia matriculado naquela instituição...

Não por acaso, todos esses que mentem possuir títulos acadêmicos têm um enorme desprezo pelos que, de fato, os possuem.

Em qualquer país minimamente sério, ministro que mente currículo é mandado embora. No Brasil, no governo que odeia conhecimento, isso é até motivo de orgulho.

Nina Paduani

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Freixo e Moro

Nina Paduani

Vocês viram o vídeo do Freixo falando com o Moro? Há muito tempo não via uma imagem tão reveladora. O desconforto do Moro salta aos olhos. Emburrado, contrariado, não consegue olhar para o Freixo. Ele desvia os olhos.

É o oposto do conforto que ele sente quando olha para o Aécio (lembram da foto dos dois juntinhos?) ou quando olha para tantos outros reconhecidos corruptos como nas fotos dele com o Temer e com o Dória. Ou dele ao lado dos milicianos Bolsonaro. Com esses, ele fica à vontade. Ele sorri, olha nos olhos, tão descontraído...

Com o Freixo, um homem contra o qual não há nenhuma denúncia ou suspeita de corrupção, um homem que teve coragem de enfrentar as milícias e por isso é jurado de morte... com esse homem ele se sente absurdamente desconfortável. Contrariado. Ele tem raiva, fecha a cara. E não consegue olhar nos olhos. Foge.

Quem deve, teme.
Né, Moro?

sábado, 29 de dezembro de 2018

Quem senta na mesa com fascistas é um deles

Nina Paduani

Na posse da Dilma, diversos líderes da oposição não compareceram. Todo mundo achou OK. Boicote é um meio legítimo de protesto, disseram. Aí vem a posse de um FASCISTA, que se elegeu após uma campanha criminosa de fake news contra seu adversário - feita por disparos ilegais de WhatsApp patrocinados por empresas, em uma eleição onde doação empresarial estava proibida - PT e PSOL decidem boicotar a posse, da mesma forma que líderes da oposição boicotaram a da Dilma, só que agora ao invés de ser uma forma legítima de protesto vira “óóóhhhh o PT não respeita a democracia”.

Ora, vão pro inferno.

Alguém aí iria à posse de um fascista assumido? Eu não! Quem senta na mesa com fascistas é um deles.

domingo, 16 de dezembro de 2018

A pastora-ministra Damares é uma notória mentirosa. Por que deveríamos acreditar que ela foi abusada na infância?

Nina Paduani

Amigos, eu vou fazer uma pergunta, mas é só uma pergunta mesmo, porque pesquisei, pesquisei e não achei a resposta:

A história do abuso infantil da Damares já foi verificada por alguém? Tipo, a imprensa já entrevistou a família dela ou alguém que tenha acompanhado isso ou é só o relato da Damares mesmo?

Eu fiquei meio grilada. Quer dizer, infelizmente crianças são abusadas adoidado, eu sei do quanto isso é comum. Mas ela, bem, ela é a maior inventora de fake news que se tem notícia. Foi ela a autora da fake news de kit gay. E de um monte de fake news antigas, quando fake news ainda chamava boato. Foi ela que inventou que a Marta Suplicy masturbava bebês. Essa mulher inventa uma mentira atrás da outra. Por isso fiquei na dúvida: alguém já verificou o relato dela? Ela diz que, por consequência dos abusos, “perdeu o sistema reprodutor”. Alguém já verificou isso com médicos, já viu na polícia o registro do crime de que ela foi vítima, já sabe o nome do abusador etc?