terça-feira, 27 de novembro de 2018

A diferença entre um cientista e um alucinado fundamentalista

Claudio Guedes

Você sabe a diferença entre um cientista e um alucinado fundamentalista?

Se não sabe em dois passos pode descobrir.

Passo 1: o homem da ciência



Stephen Hawking, o físico, matemático e cosmólogo britânico, uma das mentes mais brilhantes do mundo moderno, em "Breves Respostas Para Grandes Questões", livro póstumo que acaba de chegar às livrarias, reflete sobre a criação do mundo:

"Quando me perguntam se um deus criou o universo, digo que a pergunta em si não faz sentido. O tempo não existia antes do Big Bang, assim não existe tempo no qual deus produziu o universo. É como perguntar onde fica a borda da Terra. A Terra é uma esfera e não tem borda; procurá-la é um exercício fútil. 
[…] 
Se eu tenho fé? Cada um é livre para acreditar no que quiser. Na minha opinião, a explicação mais simples é que deus não existe. Ninguém criou o universo e ninguém governa nosso destino. Isso me levou a perceber uma implicação profunda: provavelmente não há céu nem um além-túmulo. Acho que acreditar em vida após a morte não passa de ilusão. Não existe evidência confiável disso e a ideia vai contra tudo que sabemos em ciência. Acho que, quando morremos, voltamos ao pó. Mas, em certo sentido, continuamos a viver: na influência que deixamos, nos genes que passamos adiante para nossos filhos. Temos apenas esta vida para apreciar o grande plano do universo, e sou extremamente grato por isso".

Ao responder uma das questões centrais da atualidade para a ciência, ou seja, "Qual é a maior ameaça ao futuro do planeta?", Hawking diz que para ele a mudança climática descontrolada deveria ser nossa principal preocupação para que o mundo não vire um forno. "Uma elevação na temperatura do oceano derreteria as calotas polares e causaria a liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono. Ambos os efeitos poderiam deixar nosso clima como o de Vênus, mas com uma temperatura de 250º C". Fica mais esse alerta para quem acha que aquecimento global é uma mentira – ou que é mera vontade de deus".

Passo 2: o alucinado fundamentalista

Ernesto Fraga Araújo, que foi escolhido pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para ocupar o Ministério das Relações Exteriores, disse que "acredita que a mudança climática é um dogma científico influenciado pela cultura marxista, que pretende atrapalhar o Ocidente e beneficiar a China".

Sobre a relação da fé com a política, o diplomata afirma que quer "ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista. Globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural. Essencialmente é um sistema anti-humano e anti-cristão. A fé em Cristo significa, hoje, lutar contra o globalismo, cujo objetivo último é romper a conexão entre Deus e o homem, tornado o homem escravo e Deus irrelevante. O projeto metapolítico significa, essencialmente, abrir-se para a presença de Deus na política e na história.”

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