quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Estados Unidos querem matar a China de fome destruindo o Brasil e a Argentina

Nilson Lage

A campanha contra os países árabes e a China, insensatez econômica e política que se tenta justificar com argumentos ideológicos, reforça uma hipótese que me acompanha há meses.

Creio que a intervenção dos Estados Unidos no Brasil, Paraguai e Argentina objetiva, além dos ganhos já visíveis – como o sequestro do petróleo e a interrupção de avanços tecnológicos (no caso da Embraer, por exemplo) – controlar a exportação de commodities agrícolas.

Um dos componentes atuais da agressão americana ao mundo é o uso do sistema internacional de transações financeiras para ampliar os bloqueios econômicos que impõe, incluindo o ingresso de alimentos nos países visados pelo império. Isso foi evidenciado em declaração do Secretário de Estado, Mike Pompeo, referindo-se ao Irã.

Os três países sul-americanos são os principais competidores dos Estados Unidos no mercado de commodities agrícolas, em particular a soja, que a China importa em grande volume e considera essencial a sua segurança alimentar. Juntos, dominam amplamente o mercado.

“Matar de fome” a China seria um golpe de mestre na guerra comercial (os chineses transferiram para Brasil e Argentina as compras que faziam nos Estados Unidos), mas também um golpe de morte na economia desses países vassalos.

Isso certamente não preocupa os aloprados ideólogos do neomedievalismo, os enriquecidos marajás de toga; deveria preocupar os barões do agronegócio e os militares da linha dura incorporados ao regime, no entanto consolados pela histórica veneração ao império norte-americano.

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