Vejo agora no UOL/Estadão, de hoje, 22/11:
"O economista Pedro Guimarães, sócio do banco de investimentos Brasil Plural, aceitou o convite do futuro ministro da Economia Paulo Guedes para comandar a Caixa Econômica Federal, apurou o Broadcast."[...]"Pedro Guimarães é especialista em privatizações e trabalhou no BTG Pactual ainda quando o futuro ministro da Economia era sócio do banco de investimento. Ele é um dos executivos do mercado financeiro que fazem parte do grupo de voluntários que estão em Brasília para ajudar na transição do novo governo. Na equipe, é um dos responsáveis por fazer o levantamento das estatais que podem ser vendidas na gestão Bolsonaro."
Hehehe!
O bacana, banqueiro - é um dos donos do Banco Múltiplo Brasil Plural -, é especialista em privatizações, fusões, e atua com agressividade no mercado administrando fundos privados. Irá comandar a Caixa Econômica um banco público, controlado pela União, cuja missão é:
“Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do País, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro”.
E não só:
A Caixa é responsável pela operação de benefícios trabalhistas e programas sociais, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o Seguro-Desemprego e o Programa de Integração Social (PIS), e também de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Cabe ao banco público, também, operar fundos governamentais – incluindo o Fundo de Desenvolvimento Social, o Programa de Financiamento Estudantil (Fies), o Fundo de Arrendamento Residencial e o Fundo Garantidor de Habitação Popular.
Pergunto:
O que vai fazer na Caixa Econômica Federal um banqueiro privado, com expertise em administrar fundos de investimentos que buscam alta rentabilidade em curto prazo e que opera no eixo SP-RIO-Miami-New York?
Pergunto:
O que faz um banqueiro privado trabalhar, como voluntário, numa equipe de transição governamental? Diz o jornal que a função dele é "levantar empresas estatais que podem ser vendidas"? Ou seja, ele terá acesso aos dados internos das empresas estatais. Mas, se ele opera com o seu banco na outra ponta do mercado, assessorando fundos que compram empresas e o o banco dele também compra participações em empresas, como que ele pode trabalhar - como voluntário ... hehehe - no governo que atuará, caso a privatização avance, como vendedor?
O banqueiro, ex-sócio e amigo do futuro ministro da fazenda, trabalhará nas duas pontas? Isso vai além do clássico "conflito de interesses".
É caso para polícia, não de política.
É o governo Bolsonaro: inovando e sempre piorando.
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