Fernando Brito
A Procuradora Geral da República consolidou hoje a criação de um novo poder no Brasil.
Mandou – o verbo é exato – o Supremo arquivar o inquérito aberto para apurar ameaças e “fake news” dirigidos contra o próprio Supremo.
Firmou-se, assim, como poder supremo da República, porque seu ato não tem contradita possível.
Ou melhor, tem uma: o impasse institucional, se o ministro Alexandre de Moraes não quiser, a partir desta decisão, encerrar o inquérito que conduz e jogar fora os autos e provas que até agora tiver recolhido.
Quem decidirá um conflito de autoridade entre o Supremo e a PGR? Deus?
Estamos diante da degradação do Poder Judiciário em sua mais alta instância.
É o resultado da hipertrofia que a Lava Jato criou na Justiça e no Ministério Público.
Ambos perderam a autocontenção e os limites que sempre se impuseram, passando a agir mais pela vontade de seus titulares que pela impositividade das leis.
Este “eu quero, eu faço” nos levou a este ponto de absurdo.
O lavajatismo nos legou isso: um país quebrado, o Executivo deplorável, um parlamento caricato e, agora, um Judiciário que pode tudo, menos ter “ordem no tribunal”.
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