Claudio Guedes
Ato 1
Sérgio Moro era um juiz de 1° Instância em Curitiba.
Acusou Lula, ex-presidente da República, de se apossar de recursos da Petrobras na forma de recebimento de um apartamento na praia do Guarujá, SP.
Findo o processo e a condenação, o MPF, apesar da colaboração efetiva do juiz, não conseguiu provar que recursos da Petrobras tenham sido usados e sequer provou que Lula recebeu, de fato, o apartamento em questão. Lula nunca teve a posse, nem alugou, nem vendeu o imóvel. Nunca usufruiu nada, nada, do que teria "supostamente" recebido. Mas foi condenado.
No início das investigações, o juiz Sérgio Moro, atropelando o Código de Processo Penal, determinou a condução coercitiva de Lula e, durante o processo, afrontou e hostilizou a defesa do ex-presidente o tempo todo.
Ato 2
Investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) sobre Flávio Bolsonaro, senador pelo RJ e filho do presidente da República, aponta indícios de que um esquema no gabinete do então deputado estadual pelo Rio (Flávio foi deputado entre 2007 e 2018) tinha “clara divisão de tarefas” para desviar recursos públicos. Promotores afirmam ainda que o ex-motorista Fabrício Queiroz, homem de confiança, amigo de Flávio e de Jair Bolsonaro, tentou assumir a responsabilidade sozinho “para desviar o foco” das investigações.
A TV Globo e o G1 também tiveram acesso ao documento e relatam que, de acordo com os investigadores, Flávio investiu R$ 9,4 milhões na compra de 19 salas e apartamentos na Zona Sul e na Barra da Tijuca, no Rio, entre 2010 e 2017.
O mesmo relatório detalha a suposta organização criminosa no mandato do então deputado. O esquema para desviar recursos públicos "era formado, desde o ano de 2007, por dezenas de integrantes do gabinete de Flávio Bolsonaro e outros assessores nomeados por ele na Alerj. “Não parece crível a insinuação da defesa de que a liderança da organização criminosa caberia ao próprio Fabrício Queiroz, um assessor subalterno, que teria agido sem conhecimento de seus superiores hierárquicos durante tantos anos”, diz o MPRJ.
Ato 3
Sérgio Moro é o ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, convidado ao cargo como retribuição aos serviços prestados ao então candidato durante o processo eleitoral. E mais: largou a toga em Curitiba com o acerto, segundo o próprio presidente, de ser indicado ao STF na primeira vaga aberta a partir da aposentadoria de um dos ministros.
Como ministro da Justiça, como auto-intitulado combatente contra a corrupção, Sérgio Moro defenderá a condução coercitiva de Fabrício Queiroz à justiça?
Defenderá que o processo contra Flávio Bolsonaro suba imediatamente ao STF, já que o mesmo é senador da República?
Sérgio Moro entende de apartamentos. Ou diz que entende. O que fará o ex-juiz, que se vende como paladino da justiça, face aos 19 imóveis - salas e apartamentos - que Flávio Bolsonaro adquiriu com, segundo o MPRJ, recursos públicos desviados da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro?
O que fará? São 19 imóveis.
Acho que continuará em silêncio.
Sérgio Moro é uma fraude, sempre achei.
Mas vamos acompanhar para ver se estou certo ou errado.
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