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segunda-feira, 24 de agosto de 2020
quinta-feira, 9 de julho de 2020
STJ concede prisão domiciliar a Fabrício Queiroz
Eduardo Militão Herculano Barreto Filho
Do UOL, no Rio
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, autorizou o policial aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), a ficar em prisão domiciliar. Segundo uma fonte do STJ, a decisão contém "restrições" ao amigo da família Bolsonaro suspeito de operar um esquema de lavagem de dinheiro a partir de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Uma das restrições é utilizar tornozeleira eletrônica.
sexta-feira, 26 de junho de 2020
Fabrício Queiroz negocia delação premiada com o MP
CNN Brasil
O Ministério Público do Rio de Janeiro e a defesa de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, atualmente senador, estão negociando um acordo de delação premiada.
De acordo com fontes envolvidas na investigação, a maior preocupação de Queiroz é com a família dele. Ele quer garantias de proteções no processo para a mulher, Márcia Aguiar de Oliveira, que está foragida, e para as filhas, Nathalia Mello e Evelyn Mello, todas investigadas no “esquema da rachadinha”, prática em que os funcionários dos gabinetes devolvem parte de seus pagamentos a políticos e assessores. Queiroz também pede para que cumpra prisão domiciliar.
A negociação está arrastada porque os promotores querem garantias que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro tenha informações novas para apresentar e não apenas relatar fatos que a investigação já conseguiu remontar. Queiroz está bastante preocupado que as filhas venham a ser presas e que Márcia seja localizada. Ela está foragida desde o dia 18 de junho e os agentes já fizeram buscas em 12 endereços diferentes para tentar encontrá-la.
Márcia, Nathalia e Evelyn, assim como o pai, trabalharam no gabinete de Flávio na Alerj. Evelyn assumiu a vaga da irmã depois que Nathalia foi exonerada do gabinete.
De acordo com o MP, a maior parte do dinheiro recebido pelas três foi depositado na mesma conta corrente que Queiroz usava para gerenciar as rachadinhas. Nathalia foi funcionária de Flávio Bolsonaro entre 2007 e 2016. Menos de uma semana depois de ser exonerada, em dezembro de 2016, foi nomeada para o cargo de secretária parlamentar de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em Brasília. Para os promotores, a eventual prisão da mulher e o envolvimento das filhas no processo são fundamentais para pressionar Queiroz a colaborar. Vale lembrar que importantes delações foram negociadas ao longo da Operação Lava Jato após as prisões de familiares dos operadores do esquema.
Enquanto a negociação se arrasta, os advogados de Queiroz e Márcia aguardam os julgamentos dos habeas corpus dos dois. O pedido do HC de Queiroz já foi rejeitado no Plantão Judiciário no último sábado, mas sem análise do mérito, o que deve acontecer nos próximos dias. Na sequência, será a apreciação do pedido de soltura de Márcia.
Ontem, a terceira Câmara Cível do TJ-RJ decidiu que a primeira instância não tem competência para analisar casos relativos a Flávio Bolsonaro porque, na ocasião da denúncia, em 2018, ele era deputado estadual. Em outra votação da mesma sessão, a câmara, formada por três desembargadores, não suspendeu a validade dos atos do juiz Flávio Itabaiana. Com isso, os pedidos de prisão provisória de Queiroz e Márcia seguem válidos, assim como as provas coletadas durante a investigação.
Miliciano digital bolsonarista é preso
Um dos mais perigosos membros da organização criminosa bolsonarista encarregada de caluniar, difamar e injuriar autoridades e jornalistas, bem como ameaçá-los, Oswaldo Eustaquio foi foi preso há pouco por suspeita de tentar fugir pra pra fora do país.
A Polícia Federal prendeu o blogueiro Oswaldo Eustáquio, que foi assessor da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, durante o governo de transição. A mulher dele segue trabalhando no ministério.
Eustáquio foi detido em Campo Grande (MS), na manhã de sexta-feira (26). Ele é investigado na Operação Lume, inquérito que apura financiamento e organização de atos antidemocráticos para a volta da ditadura militar e fechamento do Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal localizou o ativista bolsonarista inicialmente em Ponta Porã (MS), na divisa com o Paraguai. Ele vinha sendo monitorado pois haveria perigo de ele deixar o país. Hoje, ele estava na capital do estado.
quarta-feira, 24 de junho de 2020
Neoliberalismo feroz e maluquice conspiratória são faces da mesma moeda
Marcelo Coelho
A luta contra a corrupção foi apenas o pretexto para uma luta maior: a luta contra a lei
Não é preciso insistir no que houve de ignorância e despropósito durante a passagem de Abraham Weintraub pelo Ministério da Educação.
Acho interessante outro tipo de comentário. A saber, o de que Weintraub “não fez nada”, deixou tudo parado, não “tocou nenhum projeto”.
Na verdade, o objetivo era esse mesmo. Na famosa reunião ministerial, Weintraub se limitou a expressar o desejo de ver membros do STF na cadeia.
Ele também explicou o que o fizera aderir ao governo Bolsonaro: a “luta pela liberdade”. “Não quero ser escravo neste país”, acrescentou.
O povo não está gritando “por mais projetos”, disse ele. “Está lutando pela liberdade.” Toda essa discussão de “vamos fazer isso, vamos fazer aquilo” não seria capaz de mobilizá-lo. O principal, repetiu, era lutar —e não dialogar— contra os que querem “as tetas” do Estado.
Vieram, como condimento, confissões de “ódio” aos partidos comunistas, às expressões “povos indígenas” e “povo cigano” e, como se sabe, ao STF.
Esse discurso se deu numa ocasião em que se apresentava, justamente, um “plano” para a recuperação econômica do país. Nada de concreto, como se sabe, mas o suficiente para justificar projeções de PowerPoint e palavras de confiança no futuro.
O que deduzir disso?
É possível que exista um setor do governo, composto por ministros militares como o da Infraestrutura, ainda ligado à ideia de que o Estado serve para “fazer alguma coisa”.
O sentido básico do governo Bolsonaro, entretanto, é claramente outro. A ala financeira de Paulo Guedes, assim como a ala dos fanáticos evangélicos e olavistas, está unificada num propósito claro —o de destruir o Estado.
Neoliberalismo feroz e maluquice conspiratória são faces da mesma moeda. O núcleo supostamente técnico de Paulo Guedes e a turma delirante da guerra contra índios, quilombolas e comunistas compartilham da mesma visão de mundo.
Fascismo? O filósofo político Renato Lessa, numa discussão disponível no YouTube (procure por “Simpósio Direitas Brasileiras”), questiona essa caracterização.
Claro que podemos chamar de “fascista” esse governo e seus seguidores. São truculentos, extremistas, vulgares, despreparados, belicosos e idiotas.
Mas o fascismo, lembra Renato Lessa, buscava incorporar todos à máquina do Estado. Havia destacamentos infantis, associações de jovens, alas femininas. Desenvolvo a ideia por minha conta: o plano era criar uma escola fascista, uma arte fascista, uma medicina fascista. A ideologia era totalitária, de fato, porque absorvia toda a sociedade (excluídos os “elementos indesejáveis”) em organizações de Estado.
O plano de Bolsonaro é sem dúvida inverso —embora a mentalidade ativista e truculenta seja comparável à dos camisas-negras. Trata-se de unificar não só os que são contra o Estado, mas também os que estão à margem, ou fora, da lei.
É a ilegalidade no poder: isso unifica milícias, madeireiros, invasores de terra indígena, destruidores de patrimônio histórico, infratores contumazes de trânsito, sonegadores de impostos, policiais torturadores, militantes racistas, compradores de armas de fogo.
Uma ampla parcela de trabalhadores informais, de pequenos empreendedores, de profissionais liberais que acham complicado preencher nota fiscal, de donas de casa revoltadas com os novos direitos das domésticas, alia-se ao clube.
Os antigos representantes do pensamento econômico liberal encontraram, assim, uma base social imprevista.
O Estado brasileiro, que já não funcionava, deixou abandonada uma gente que se acostumou a se virar sozinha, fugindo de fiscais, empregando ou sendo empregada sem respeito à CLT, estudando em faculdades particulares de última categoria.
Estado para quê? “Só serve para atrapalhar”, pensa essa população que, na verdade, é vítima precisamente da falta de um Estado que funcione. “Melhor a milícia! Melhor a gente se armar! Melhor o Guedes!”
Do outro lado, temos os evidentes casos de corrupção, de crise fiscal e de carência nos serviços públicos a alimentar com fatos reais o delírio extremista e destrutivo.
Não é por acaso que o bolsonarismo se volte contra o Judiciário, de cujas ações se beneficiou. A luta contra a corrupção foi apenas o pretexto para uma luta maior: a luta contra a lei.
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Marcelo Coelho
Membro do Conselho Editorial da Folha, autor dos romances “Jantando com Melvin” e “Noturno”. É mestre em sociologia pela USP.
Atrás de cada fervoroso empresário bolsonarista há sempre fortes suspeitas de crimes
Os bolsonaristas
Claudio Guedes
Seu nome é Luciano Hang. É um empresário de Santa Catarina famoso por se fantasiar com ternos berrantes com as cores nacionais e por ser proprietário de enormes lojas que fazem apologia ao americanismo vulgar. Destaca-se também como aguerrido apoiador do presidente Bolsonaro.
Suas mega-lojas possuem fachadas similares à da Casa Branca e têm à entrada réplicas da Estátua da Liberdade. Chama-se Havan e comercializa artigos nacionais e importados no atacado e no varejo, grande parte produtos de baixa qualidade.
Luciano Hang está sendo investigado no inquérito conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as “fake news”. Existem indícios fortes que faz parte do grupo de empresários milionários responsáveis pelo financiamento de inúmeras publicações e vídeos com conteúdo difamante e ofensivo ao STF, bem como mensagens e patrocínio de atos defendendo e incentivando a quebra da normalidade institucional e democrática. Há suspeitas que foi um dos financiadores da avalanche de notícias falsas que impulsionou, de forma ilegal, a campanha presidencial de Bolsonaro em 2018.
Mas não é só isso.
Extensa matéria na Folha de hoje, 23/6, mostra que Hang é um dos empresários recordista em infrações e contestações no Conselho de Recursos Administrativos e Fiscais (CARF) da Receita Federal.
Na Receita, as Lojas Havan devem ao menos R$ 57,9 milhões. Há ainda R$ 13,2 milhões em cobrança pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e mais R$ 123 milhões parcelados pelo último Refis (programa de repactuação de dívidas tributárias) devidos a cobranças de impostos não pagos.
A Havan já foi multada por ora esconder receitas, ora despesas na contabilidade, como forma de gerar resultados menores de tributos a pagar, infração conhecida como sonegação fiscal.
No caso considerado mais grave, Hang teria sonegado valores devidos em contribuição previdenciária de funcionários se valendo de documento que, segundo ele, comprovaria a existência de créditos a serem compensados.
Nunca devemos generalizar, mas é um padrão que se repete: atrás de cada fervoroso empresário bolsonarista há quase sempre fortes suspeitas de crimes sendo cometidos contra a democracia e o estado de direito e/ou contra o estado - crimes de natureza fiscal e econômica.
Um padrão.
quinta-feira, 18 de junho de 2020
Bolsonaro tem amizade com Queiroz há mais de 30 anos: “É meu soldado”
Preso na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo, Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, possui uma relação de longa data com o presidente Jair Bolsonaro.
Em outubro de 2019, ao comentar sobre um áudio vazado do ex-assessor, Bolsonaro disse que Queiroz é seu amigo “desde 1985”, mas que não conversava mais com ele desde que se iniciaram as investigações sobre o esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
“Ele (Queiroz) é meu amigo desde 1985, é meu soldado. Desde esse problema, não converso mais com ele”, afirmou o presidente.
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro havia sido flagrado em um áudio em que dá dicas de como fazer indicações políticas em gabinetes de parlamentares.
Na ocasião, Bolsonaro minimizou a fala de Queiroz e disse que “alguém” tem que ir atrás dele. “Sobre o Queiroz, alguém tem que ir atrás dele com o que ele falou. E outra, é um áudio bobo: tem fila na porta do Flávio. Se tivesse fila todo mundo saberia”, disse.
O policial aposentado foi preso pela Polícia Civil em uma chácara em Atibaia, no interior de São Paulo. O imóvel pertence a Frederick Wassef, advogado do filho do presidente.
Segundo informações de Bruno Tavares, na GloboNews, policiais e promoters relataram que Queiroz era mantido em esquema de proteção no imóvel, pois já se imaginava que ele poderia ser preso.
Fabrício Queiroz é preso em SP em apuração de esquema de "rachadinha" em gabinete de Flávio Bolsonaro
Amigo do presidente Jair Bolsonaro foi encontrado em imóvel do advogado do senador, em Atibaia
O PM aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo do presidente Jair Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo, em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo.
Segundo informações divulgadas até agora, ele estava em um imóvel do advogado de Flávio. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro.
Queiroz é investigado por participação em suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. "Rachadinha" é quando funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários. O filho de Bolsonaro foi deputado estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.
Além da prisão, policiais civis e promotores fazem busca e apreensão no imóvel em que Queiroz foi encontrado e em outros endereços de investigações no Rio de Janeiro. O ex-assessor de Flávio deve ser transferido para o Rio de Janeiro ainda nesta quinta-feira. A Operação Anjo é coordenada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Contra outros suspeitos de participação no esquema da "rachadinha", o MP-RJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em juízo e a proibição de contato com testemunhas. São eles o servidor da Asssembleia Matheus Azeredo Coutinho, os ex-funcionários Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.
Flávio é investigado desde janeiro de 2018 sob a suspeita de recolher parte do salário de seus subordinados na Assembleia do Rio de 2007 a 2018. Os crimes em apuração são peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.
A apuração relacionada ao senador começou após relatório do antigo Coaf, hoje ligado ao Banco Central, indicar movimentação financeira atípica de Fabrício Queiroz, seu ex-assessor e amigo do presidente Jair Bolsonaro.
Além do volume movimentado, de R$ 1,2 milhão em um ano, chamou a atenção a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas do pagamento de servidores da Assembleia.
Queiroz afirmou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem conhecimento do então deputado estadual. A sua defesa, contudo, nunca apontou os beneficiários finais dos valores.
Em abril do ano passado, a Justiça autorizou as quebras de sigilo bancário de Flávio, sua mulher, Queiroz e outras 101 pessoas físicas e jurídicas. Os alvos eram ex-funcionários e pessoas que compraram ou venderam imóveis para o senador nos últimos anos.
Em dezembro, o magistrado autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em 24 locais, incluindo a franquia da Kopenhagen em que o senador é um dos sócios.
A Promotoria suspeita que a empresa era usada para lavar dinheiro obtido na “rachadinha”. Outro meio de lavagem, avaliam promotores, é a compra de venda de imóveis. De acordo com o MP-RJ, Flávio lavou R$ 2,3 milhões cuja origem é a "rachadinha" operada por Queiroz.
O senador nega desde o fim de 2018 que tenha praticado "rachadinha" em seu gabinete. Afirma que não é responsável pela movimentação financeira de seu ex-assessor.
QUESTÕES AINDA SEM RESPOSTA NO CASO QUEIROZ
Quem eram os assessores informais que Queiroz afirma ter remunerado com o salário de outros funcionários do gabinete de Flávio?
Por que o único assessor que prestou depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro não confirmou a versão de Queiroz?
Como Flávio desconhecia as atividades de um dos seus principais assessores por dez anos?
Por qual motivo Jair Bolsonaro emprestou dinheiro a alguém que costumava movimentar centenas de milhares de reais?
De que forma foi feito esse empréstimo pelo presidente e onde está o comprovante da transação?
Onde estão os comprovantes da venda e compra de carros alegadas por Queiroz?
Por que há divergência entre as datas do sinal descrita na escritura de permuta de imóveis com o atleta Fábio Guerra e as de depósito em espécie fracionado na conta de Flávio?
INCONSISTÊNCIAS NO PEDIDO DO MP-RJ
Pessoas não nomeadas por Flávio Bolsonaro - Há três casos de pessoas sem vínculo político com Flávio que foram alvo de quebra de sigilo. Elas estavam nomeadas no gabinete da liderança do PSL na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando o senador assumiu o cargo e, em seguida, as demitiu
Remuneração de Queiroz - Ao comparar gastos com vencimentos de Fabrício Queiroz, o Ministério Público considera apenas salário da Assembleia e ignora remuneração que ele recebe da Polícia Militar
Saques - Há erro na indicação do volume de saques feitos por Queiroz em dois dos três períodos apontados
Laranja potencial - Promotoria atribui ao gabinete de Flávio servidora da TV Alerj que acumulava cargo com outro emprego externo
Patrimônio - Ao falar sobre um negócio que envolve 12 salas comerciais, os promotores do Ministério Público do Rio escreveram que Flávio adquiriu os imóveis por mais de R$ 2,6 milhões, quando, na verdade, ele deteve apenas os direitos sobre os imóveis, que ainda não estavam quitados e continuaram sendo pagos em prestações por outra empresa que assumiu a dívida
Polícia faz buscas em uma das casas de Jair Bolsonaro
Uma das casas que consta da relação de bens do presidente bolsonaro está sendo alvo de busca e apreensao neste momento, em Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio. Nela mora alessandra esteves marins, ligada ao gabinete do senador flavio bolsonaro.— Cecilia Flesch (@ceciliaflesch) June 18, 2020
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz é preso em São Paulo
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz. Ele e o senador são investigados pelo esquema da rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio. Queiroz foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo e deve vir para o Rio, onde é investigado.
O MP do Rio também cumpre mandados de busca e apreensão em diversos endereços da capital. Um deles é a casa de Bento Ribeiro, escritório político da família Bolsonaro.
Ele esteve no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio entre 2007 e 2018 e, no período, emplacou sete parentes na estrutura. Além dele, também foram lotados outros sete parentes dele no gabinete de Flávio desde 2007. Entre os parentes de Queiroz investigados junto com ele, estão a mulher, a enteada e duas filhas, uma delas é a Nahtalia Queiroz, conhecida por ser personal trainer.
O endereço onde Queiroz foi preso em São Paulo está em nome do advogado Frederick Wassef que atua na defesa do senador no procedimento de investigação criminal.
Alvo principal desta quinta-feira, Queiroz tenta explicar desde o fim de 2018 uma “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão, no intervalo de um ano, em suas contas.
Questionado sobre a movimentação atípica em sua conta, Fabrício de Queiroz afirmou que suas transações financeiras eram fruto da compra e venda de veículos usados. Porém, além da movimentação de R$ 1,2 milhão, o ex-assessor da Alerj também entrou no radar do Coaf por outros R$ 5,8 milhões movimentados nos últimos três anos. Somados, os valores somam transações atípicas de R$ 7 milhões.
Investigadores apreendem dois celulares e documentos em poder de Queiroz
Radar da Veja
Investigadores estão conduzindo Queiroz neste momento para o centro de controle da operação deflagrada nesta quinta
Por Robson Bonin
Na operação realizada nesta quinta-feira pelo Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público de São Paulo, a partir de investigações coordenadas com o Rio de Janeiro no caso das rachadinhas, os investigadores apreenderam dois aparelhos de celular e muitos documentos que eram guardados por Fabrício de Queiroz numa casa em Atibaia.
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro e amigo do presidente Jair Bolsonaro não ofereceu resistência. Por se tratar de um ex-policial, a ação dos investigadores utilizou métodos de elemento surpresa. Os investigadores chegaram arrombando uma das portas da casa para realizar a prisão.
URGENTE: Queiroz é preso em chácara de advogado de Flávio Bolsonaro no interior de São Paulo
Revista Fórum
O policial aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Jair e Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) pela Polícia Civil em uma chácara em Atibaia, no interior de São Paulo. O imóvel pertence a Frederick Wassef, advogado do filho do presidente.
Segundo informações de Bruno Tavares, na GloboNews, policiais e promoters relataram que Queiroz era mantido em esquema de proteção no imóvel, pois já se imaginava que ele poderia ser preso.
O ex-assessor foi preso a mando do Ministério Público do Rio de Janeiro no inquérito relacionado ao esquema de “rachadinha” que operava no gabinete do então deputado estadual – e hoje senador – Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão de forma “atípica” em sua conta bancária enquanto atuava como assessor do filho do presidente. As investigações apontam que assessores de Flávio sacavam parte de seus salários e repassavam para Queiroz.
O ex-assessor de Flávio, amigo há mais de 30 anos do presidente, está sendo levado para São Paulo, capital.
terça-feira, 16 de junho de 2020
Ação da PF contra bolsonaristas prepara terreno para prisão de Carlos e Weintraub
Allan dos Santos, Bernard Küster, Flávio Morgenstern e Carlos Bolsonaro
Por Kiko Nogueira
A operação de hoje da Polícia Federal, que teve como alvos bolsonaristas blogueiros, desocupados, deputados e um senador, é para justificar uma medida mais grave, diz uma fonte do governo ao DCM.
Allan dos Santos deve ir em cana.
Só na casa do dono do Terça Livre, uma cloaca de fake news, já é a terceira busca e apreensão.
O STF está coletando indícios de que existe uma continuidade delitiva, segundo a fonte.
O passo lógico seguinte é a detenção temporária de Allan — mas não só dele.
Abraham Weintraub e Carlos Bolsonaro também podem ir para trás das grades.
A prisão temporária deles seria transformada em preventiva sob o argumento de que estaria havendo destruição de provas e prejuízo à instrução criminal.
Algo de muito podre ronda o poder em Brasília.
Ordens do STF desnudam primeiro grande escândalo do governo Bolsonaro
Grupo criminoso investigado pro propagar fake news e ataques antidemocráticos é alvo de dois inquéritosPor Robson Bonin
As ações ordenadas pelo STF nas últimas semanas, que tiveram seu ápice nesta semana, mostram que o governo de Jair Bolsonaro está mergulhado em seu primeiro grande escândalo político e criminal.
As investigações coordenadas pelo Supremo miram o vice-presidente do novo partido de Jair Bolsonaro, o Aliança Pelo Brasil, o marqueteiro do partido, empresários financiadores do bolsonarismo, dez deputados de sua base fiel na Câmara, um senador, além das figuras de sempre dos blogs sujos bolsonaristas.
As ordens expedidas pelo STF contra alvos ligados ao presidente ou aos seus filhos, além das prisões ordenadas nesta segunda contra militantes aloprados, mostram que algo de muito podre ronda o poder em Brasília.
A lista de amigos, apoiadores próximos e figuras do convívio diário de Bolsonaro investigados pelo STF é longa e tornam cada vez mais compreensível o desespero do presidente ao cobrar Sergio Moro a demissão do chefe da Polícia Federal, por não informa-lo sobre investigações contra os 10 a 12 deputados bolsonaristas.
Não há mais como negar, a partir de hoje, o escândalo alojou-se no coração do bolsonarismo. Os investigadores buscam agora elementos de que público e privado se misturaram no esquema montado pelo bolsonarismo para propagar fake news, atacar adversários e enfraquecer a democracia por meio de ataques a ministros do STF e integrantes do Congresso.
Moraes quebra sigilo bancário de deputados bolsonaristas
Moraes quebra sigilo bancário de deputados bolsonaristas
envolvidos em atos antidemocráticos
BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo bancário de deputados
federais bolsonaristas para apurar se eles atuaram no financiamento de atos
antidemocráticos, que pediam o fechamento do STF e do Congresso Nacional.
A
decisão de Moraes foi tomada em conjunto com a autorização de busca e apreensão
contra 21 alvos ligados aos atos antidemocráticos, operação realizada nesta
terça-feira pela Polícia Federal e batizada de Lume.
A decisão de Moraes determinou a quebra dos sigilos
bancários de ao menos quatro parlamentares bolsonaristas: Bia Kicis (PSL-DF),
Carla Zambelli (PSL-SP), Cabo Junio Amaral (PSL-MG) e Otoni de Paula (PSC-RJ).
A medida foi determinada após a constatação de indícios de que esses deputados
manifestaram apoio aos atos antidemocráticos e pela necessidade de aprofundar
as investigações em relação a eles.
A operação de busca e apreensão e quebras de sigilo foi
solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada por Moraes.
A PF cumpriu hoje busca
e apreensão contra o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ).
A ordem de Moraes, porém, mostra que a investigação é mais ampla e atinge
outros parlamentares da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro.
Um dos braços da investigação busca rastrear os
financiadores dos atos antidemocráticos. Alguns empresários foram alvos de
busca e apreensão hoje, como Otávio Fakhoury e o advogado Luís Felipe Belmonte,
responsável pela organização e financiamento do novo partido de Bolsonaro, o
Aliança pelo Brasil. Com as quebras de sigilo bancário, a investigação busca
mais pessoas que estejam apoiando financeiramente as manifestações, que pedem
fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e intervenção militar.
O inquérito sobre os atos antidemocráticos foi solicitado
pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, em abril, para investigar a
organização dessas manifestações e o possível cometimento de crimes previstos
na Lei de Segurança Nacional.
Na segunda, a PF já havia prendido
a extremista Sara Fernanda Giromini. Ainda há outros cinco mandados de
prisão temporária em aberto, cujos alvos ainda não foram localizados.
Alguns desses personagens também são investigados no
inquérito das fake news, conduzido por Alexandre de Moraes. Naquele inquérito,
Moraes havia determinado quebras de sigilo bancário contra Edgar Corona,
Luciano Hang, Reynaldo Bianchi Junior e Winston Rodrigues Lima. A suspeita é de
que eles estariam envolvidos no financiamento de fake news e ataques ao STF.
quarta-feira, 27 de maio de 2020
Na briga entre Witzel e Bolsonaro, os dois podem ter razão
Algo no céu de Laranjeiras
Bernardo Mello Franco
Bolsonaro festejou a operação da PF contra Wilson Witzel. Está claro que houve vazamento, mas é preciso cautela com a hipótese de uma grande conspiração
Há algo no céu de Laranjeiras além dos helicópteros da TV. A Operação Placebo despertou novas suspeitas de interferência na Polícia Federal. O alvo dos homens de preto foi Wilson Witzel, adversário político de Jair Bolsonaro.
Na segunda-feira, a deputada Carla Zambelli contou à Rádio Gaúcha que a PF estava prestes a revelar desvios em governos estaduais. Aliada do presidente, ela acrescentou que as operações desvendariam fraudes na saúde. Só faltou informar a placa das viaturas que cercariam a residência do governador do Rio.
Ontem o capitão comemorou a ação contra o desafeto. Ao ser questionado sobre o assunto, ele riu e deu parabéns à PF. Mais tarde, voltou a provocar Witzel. “Tem gente preocupada, querendo botar a culpa em mim”, debochou.
O ex-juiz se declarou vítima de perseguição política. Ele recebeu a solidariedade de outros rivais de Bolsonaro. O deputado Marcelo Freixo mencionou o risco de a PF virar uma “polícia política”. O governador de São Paulo, João Doria, disse ver sinais de uma “escalada autoritária”.
Está claro que houve vazamento, mas é preciso cautela com a hipótese de uma grande conspiração. As investigações começaram em abril, antes da troca de comando na PF. As buscas foram autorizadas pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ. Ele apontou um vínculo “bastante estreito e suspeito” entre a primeira-dama Helena Witzel e uma empresa ligada a Mário Peixoto, preso na Operação Favorito. O enredo lembra a dobradinha de Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo.
Irritado com a operação, Witzel disse que o senador Flávio Bolsonaro “já deveria estar preso”. O filho do presidente chamou o governador de corrupto e avisou que ele será atingido por “um tsunami que está vindo”. É possível que ambos estejam certos, mas precisamos esperar o fim das investigações.
Enquanto os dois batem boca, a saúde do Rio continua a agonizar. Ontem o Estado registrou mais 256 mortes pelo coronavírus, um recorde desde o início da pandemia.
terça-feira, 26 de maio de 2020
A BOSTAPO brasileira
Fernando Horta
Em 1934, um ano e seis meses após a chegada de Hitler ao poder, Hermann Göering (militar alemão e fundador da Gestapo em 1933) juntamente com Heinrich Himmler incentivaram Hitler a realizar o que foi chamado de “Noite das Longas facas” ou “Noite dos punhais”. Em termos mais técnicos, a operação militar lançada contra dissidências internas do próprio partido nazista se chama “Operação Beija-Flor” (Hummingbird) ou “A purga de Röhm”.
Himmler e Göering estão entre os apoiadores mais diretos de Hitler. Ambos eram oficiais medíocres antes de se associarem ao partido nazista, e também ambos demonstraram estar entre os mais fiéis apoiadores do Führer. Desde 1922, o partido nazista defendia o armamento da população como forma de “defender a liberdade”. As milícias paramilitares nazistas então se organizaram com o nome de SA (“Tropas de Assalto”), e de 1922 a 1933 tiveram um reinado de terror na Alemanha, investindo contra trabalhadores, estrangeiros, minorias e mesmo contra alemães que supostamente “traíram” os ideais da “pátria”.
Em 1934, Hitler achou que alguns de seus antigos apoiadores estavam preparando-lhe “golpes” e o queriam atacado. A si e à “sua família”. Hitler utilizou a segunda milícia criada, as SS, para desarmar e matar as primeiras. A "Noite das Longas Facas" terminou com algo entre 700 e 1000 assassinatos de membros do partido nazista que competiam com Hitler realmente ou apenas no seu mundo de alucinações. A operação foi toda construída juridicamente depois com “provas” dos golpes ou traições que os assassinados estariam por cometer.
Ernst Röhm era um nazista de primeira hora. Fundador do partido em 1922 e amigo de Hitler. Havia criado as SA e competia pela liderança do aparelho todo. Röhm não diferia em nada das ideias de Hitler. Havia apoiado e comandado ações de violência e insubordinação armada pelos últimos dez anos. Foi um dos responsáveis pela consolidação do poderio do amigo Adolf e executado em 1934.
Outro nome morto na operação foi Gregor Strasser. Também nazista de primeiros momentos, fundador do movimento na Bavária e um dos participantes do golpe nazista fracassado de 1923. Strasser havia defendido uma maior participação da “velha guarda” do partido no governo recém montado por Hitler, e o ditador publicamente havia declarado que Strasser "não fazia mais um serviço que ajudasse à nação".
Com a destruição das SA pelas SS, Hitler consolidava o poder na Alemanha e o assassinato de Strasser e Röhm deixava o partido submisso. A partir daí, a polícia política (GESTAPO) seria uma ferramenta-chave na mão do nazismo, prendendo, matando e torturando opositores mesmo dentro das fileiras da extrema-direita. Mesmo dentro do partido nazista.
Se chamavam Strasser e Röhm, mas poderiam ser Witzel e Doria. Se chamava GESTAPO, mas, depois da intromissão de Bolsonaro, talvez fosse melhor chamar de BOSTAPO, ao invés de Polícia Federal.
sábado, 23 de maio de 2020
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