Moraes quebra sigilo bancário de deputados bolsonaristas
envolvidos em atos antidemocráticos
BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo bancário de deputados
federais bolsonaristas para apurar se eles atuaram no financiamento de atos
antidemocráticos, que pediam o fechamento do STF e do Congresso Nacional.
A
decisão de Moraes foi tomada em conjunto com a autorização de busca e apreensão
contra 21 alvos ligados aos atos antidemocráticos, operação realizada nesta
terça-feira pela Polícia Federal e batizada de Lume.
A decisão de Moraes determinou a quebra dos sigilos
bancários de ao menos quatro parlamentares bolsonaristas: Bia Kicis (PSL-DF),
Carla Zambelli (PSL-SP), Cabo Junio Amaral (PSL-MG) e Otoni de Paula (PSC-RJ).
A medida foi determinada após a constatação de indícios de que esses deputados
manifestaram apoio aos atos antidemocráticos e pela necessidade de aprofundar
as investigações em relação a eles.
A operação de busca e apreensão e quebras de sigilo foi
solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada por Moraes.
A PF cumpriu hoje busca
e apreensão contra o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ).
A ordem de Moraes, porém, mostra que a investigação é mais ampla e atinge
outros parlamentares da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro.
Um dos braços da investigação busca rastrear os
financiadores dos atos antidemocráticos. Alguns empresários foram alvos de
busca e apreensão hoje, como Otávio Fakhoury e o advogado Luís Felipe Belmonte,
responsável pela organização e financiamento do novo partido de Bolsonaro, o
Aliança pelo Brasil. Com as quebras de sigilo bancário, a investigação busca
mais pessoas que estejam apoiando financeiramente as manifestações, que pedem
fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e intervenção militar.
O inquérito sobre os atos antidemocráticos foi solicitado
pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, em abril, para investigar a
organização dessas manifestações e o possível cometimento de crimes previstos
na Lei de Segurança Nacional.
Na segunda, a PF já havia prendido
a extremista Sara Fernanda Giromini. Ainda há outros cinco mandados de
prisão temporária em aberto, cujos alvos ainda não foram localizados.
Alguns desses personagens também são investigados no
inquérito das fake news, conduzido por Alexandre de Moraes. Naquele inquérito,
Moraes havia determinado quebras de sigilo bancário contra Edgar Corona,
Luciano Hang, Reynaldo Bianchi Junior e Winston Rodrigues Lima. A suspeita é de
que eles estariam envolvidos no financiamento de fake news e ataques ao STF.
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