segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Por que Sergio Moro continua solto?


Leandro Fortes

TENEBROSAS TRANSAÇÕES

Sérgio Moro negociou com Paulo Guedes o cargo de ministro da Justiça, no segundo turno das eleições de 2018, segundo Gustavo Bebianno, em entrevista ao jornalista Fabio Pannunzio, disponível no YouTube e rodando nas redes sociais.

Bebianno, embora seja um escroque, não tem nenhuma razão para inventar uma coisa dessa. Age por ressentimento, depois de humilhado e defenestrado da Secretaria Geral da Presidência por Jair Bolsonaro, mas tem credibilidade no que diz respeito às entranhas do bolsonarismo: na campanha de 2018, era o presidente do PSL, partido que Bozo, aliás, acaba de descartar, também.

Confirmada a história de Bebianno, não haverá mais dúvidas sobre as intenções – e o caráter – de um juiz de Direito que usou a toga para encarcerar um inocente como parte de um projeto de poder que incluía uma passagem pelo Ministério da Justiça em direção ao Supremo Tribunal Federal.

A confissão do ex-presidente do PSL, aliada aos vazamentos do The Intercept Brasil, dá a dimensão exata do conluio de Moro com Bolsonaro, a partir da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no kafkiano processo do triplex do Guarujá, uma farsa que envergonha o Ministério Público e o Judiciário brasileiro.

Significa que Moro usurpou o processo legal, junto com a turma de procuradores de Curitiba, para prender o candidato que liderava as pesquisas e garantir, mais adiante, a eleição de um demente de extrema-direita apenas para satisfazer alimentar sua egolatria com uma vaga no STF.

O mesmo STF que tem, agora, mais do que nunca, de anular esse processo do triplex e iniciar uma investigação séria e necessária sobre os trambiques de Moro com a famiglia Bolsonaro.

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