Tudo leva a crer que o Brasil pode ter um dos piores cenários da pandemia. O otimismo que havia, por termos sido um dos primeiros a adotar a quarentena, por estarmos no verão e termos um SUS forte e experiência com epidemias virais, se desfaz.
A falta de senso coletivo faz do direito de ir e ir sobrepor
o dever de não colocar a saúde de outros em risco.
Quando o chefe da Nação, o único líder do mundo a não
seguir regras de distanciamento social, sai às ruas, cumprimenta as
pessoas e diz que tem o direito de ir e vir, quem segue as regras e teme a
extensão do entra em pânico.
Pois a fuga do isolamento dele,
incentivando outros a fazerem o mesmo, implica em mais tempo de isolamento
nosso, mais gente nos hospitais e mais demora para retomarmos as atividades.
Tudo leva a crer que o Brasil pode ter um dos piores cenários
da pandemia. O embaixador da Alemanha, Georg Witschel, pede retorno imediato de
cidadãos no Brasil por causa da covid-19. “Há temores de que a situação aqui se
agrave rapidamente”, alertou.
O otimismo que havia, por termos sido um dos primeiros a
adotar a quarentena, por estarmos no verão e termos um SUS forte
e experiência com epidemias virais, se desfaz.
O frio começa a chegar. Tudo que nos outros países deram
certo, aqui não funciona:
Testar o maior número de pessoas. Aqui faltam testes.
Monitoramento dos casos positivos. Aqui, não rola.
Lockout. Aqui não houve.
Ficar em casa. Aqui, relaxam.
Faltam máscaras e luvas para todos.
Sem contar que nos países que estão sendo bem-sucedidos no
combate à epidemia, não existe uma população desassistida de rua, nem uma
quantidade expressiva de habitantes vivendo na informalidade, sem água, esgoto
ou em barracos amontoados, garimpeiros entrando em terras indígenas,
madeireiros invadindo reservas. Estamos ferrados.
O texto da amiga jornalista Lorena Calabria,
publicado no Insta, é um alerta:
@lorenacalabria “Tudo indica que sim”, disse o médico.
POSSO TESTAR? “Como são poucos, os testes devem servir a profissionais da saúde
e pacientes em estado grave.” Penso: alguém precisa mais do que eu, certo? ◾️QUANDO
COMEÇOU? Dia 16/3: dor de garganta e tosse seca. Durante a semana, DORES
INTENSAS pelo corpo. Fadiga extrema; não conseguia ficar em pé. Perdi olfato e
paladar. Tive calafrios e FEBRE (38C), que oscilou por 5 dias ◼️PIORA
na 2a SEMANA: mais sintomas: tontura, dor no abdômen, enxaqueca no meio da
madrugada. No 10°dia, começa FALTA DE AR. 12° dia, acordo ofegante, pressão no
peito. Médico recomenda ir ao hospital. Nível de oxigênio no sangue normal,
mas… tomografia mostra INFILTRAÇÃO no PULMÃO direito. Tive medo do que poderia
vir depois. Respirador? Vou ser entubada? Coração e rins, vão aguentar? Me
deram alta; fui pra casa. Decidi não ler mais sobre casos graves e óbitos. Já
sabia o suficiente ◼️PRESCRIÇÃO MÉDICA: antibiótico
(para evitar infecção secundária), remédio pra tosse, além da dipirona que já
tomava para diminuir as dores. Parti para dieta líquida. Era o que conseguia
engolir. 💡A MELHORA: no 18° dia,
meu corpo começa a reagir. Nos dias seguintes, os sintomas foram diminuindo.
Hoje, 26° dia, não sinto gosto de quase nada. Perdi 4kg. O fôlego ainda é
curto. Mas o pior já passou 💎CUIDADOS: além do apoio
da minha família, foi fundamental a presença dos amigos, com mensagens de
carinho e atenção. Vou guardar pra sempre! 🍀A
MEU FAVOR: alimentação saudável, atividade física, não fumante, sem doença
anterior. Mas o RISCO todos nós corremos. Todos! ⚖️SALDO:
sequelas respiratórias? Só saberei daqui a uns meses. No momento, só consigo
pensar em MILHARES de pessoas que não terão acesso a atendimento médico, que
VÃO MORRER da pior forma. E no esforço tamanho de tantos profissionais da saúde
na linha de frente dessa guerra☝🏽COLABORAR: Quem puder,
faça doações. Quem não puder, ofereça ajuda a um amigo, parente, vizinho. 💣TIPO
UMA GRIPE FORTE, VOCE É SAUDÁVEL, LOGO PASSA”: pra quem ainda pensa assim,
espero que minha experiência sirva de alerta. Nunca senti meu corpo tão
indefeso. A sensação é de estar se afogando no seco. Queira, não.
Só basta dizer: #FICAEMCASA.
E torcer pelo poder decisório de governadores e prefeitos
que impulsionam o isolamento social.
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