quarta-feira, 27 de maio de 2020

É saudade do Lula que chama, né Bonner?



Vinícius Carvalho

As últimas 18 horas explicam o Brasil dos últimos 18 anos.

27/05/2020

00:00
Bonner de madrugada no Bial, quase chorando, emotivo, numa humildade que jamais teve, que só quem está sofrendo internamente consegue expor (pois sempre foi profundamente arrogante) claramente depressivo (Barão Vermelho tem uma música que diz que "todo mundo é parecido quando sente dor"), reclamando os severos ataques que vem sofrendo, que "queria apenas um país mais livre e menos desigual", e que tem saudades de quando tomou um "banho de Brasil" em Juazeiro do Norte, no ano de 2006, que o "povo era mais feliz" e etc.

É SAUDADE DO LULA QUE CHAMA, NÉ MEU FILHO?

2006 foi o ano que o "avião" chamado Brasil atingiu a altitude de cruzeiro para o período de maior prosperidade da nossa história, que perduraria até 2012. Ali Brasil cresceu mais de 4%, desigualdade começou a despencar de forma recorde, e o desemprego baixava ao nível de 8%, melhor índice desde 1997.

Costumo dizer que os anos de ouro sociais, econômicos e de felicidade do Brasil foram entre 2007 e 2012. Quem viveu, viveu, quem não viveu, da nossa geração, dificilmente viverá de novo.

11:00
Polícia Federal deflagra operação para combate às fakenews e disseminação de ódio na internet. OAB chama claramente membros do Gabinete do Ódio de "terroristas".

Bancada da GloboNews CLAMANDO por uma "democratização da mídia".

15:00
Rodrigo Maia faz um duro pronunciamento dizendo o mesmo, a necessidade de criar um novo Marco Regulatório de Internet, de poder punir plataformas como Google e mencionando nominalmente que o Brasil precisa de um modelo de regulamentação midiática nos moldes de dois países: ALEMANHA E INGLATERRA.

O projeto de regulamentação e democratização da mídia escrito pelo então jornalista e ministro do governo Lula, Franklin Martins, foi justamente inspirado no modelo de 3 países: ALEMANHA, INGLATERRA E DINAMARCA.

Toda a mídia e caras como o Rodrigo Maia na época atacaram o projeto como ditatorial e como uma tentativa de cerceamento da liberdade de expressão. Quando na verdade o governo queria apenas neutralizar e CIVILIZAR o jornalismo.

O Jornal Nacional poderia continuar fazendo seu jornalismo em paz.

Mas uma figura abjeta como Sônia Abraão, por exemplo, não poderia mais tomar atitudes como a que tomou na cobertura do caso do sequestro por 4 dias da menina Eloá Pimentel, pelo seu ex-namorado, onde a cobertura da mídia, muito provavelmente, levou o desfecho do caso ao assassinato da menina.

Notícias falsas seriam questionadas.

Na Inglaterra, o tabloide News Of the World, quebrou a intimidade de uma menina de 12 anos que foi assassinada e espetacularizou o caso, atrapalhando a investigação. O dono da empresa foi levado ao banco dos réus para prestar esclarecimentos e o jornal foi encerrado.

O dono do jornal era nada mais, nada menos, que o Rupert Murdoch, dono também da rede FOX.

O nome da comissão jurídica era "Comissão Leveson". Leveson era o juiz do caso. Um homem inglês simples, num terno barato, falando inglês comum, sem nenhum rococó ou afetação colonial que os nossos juízes gostam de demonstrar.

O que acontece, na verdade, é que a grande imprensa e o "centrão", estão sofrendo o MESMO que eles estavam acostumados a praticar: fakenews.

E isso está deixando William Bonner e Vera Magalhães, tadinhos, depressivos...

Imagina se eles passassem pelo mesmo brutal processo de aviltamento e campanha de ódio que eles praticaram com o Lula?

Só restaria uma corda, uma escada e um galho de árvore para eles.

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