Sergio Alarcon
Genocídio significa o extermínio deliberado, parcial ou total, de uma população.
Desde a Constituição de 1988 o Brasil entende a saúde como um direito de cidadania e bem público inalienável. É por isso dever do Estado promover a saúde, prevenir doenças e recuperar doentes.
O que assistimos estarrecidos nesses tempos sombrios é um Governo que, deliberadamente, nega a gravidade da pior pandemia em 100 anos; usurpa de seu povo o direito à saúde; sabota ostensivamente, sem pudores, todos os agentes públicos ou instituições que seriam capazes e necessários para previnir a doença e recuperar os doentes.
No lugar da esperada organização de um Sistema de Saúde que, por mandato constitucional, deveria ser único, demite médicos e especialistas do Ministério da Saúde, coloca em seus lugares militares sem a mínima qualificação sanitária, ataca governadores e prefeitos empenhados no combate ao vírus; coloca obstáculos para o financiamento dos serviços nas linhas de frente, espalha fake news sobre a capacidade de “cura” de um medicamento potencialmente tóxico, proibido pelos países mais desenvolvidos do mundo ocidental - chegando a assediar agentes públicos que se recusam a adotá-lo! Induz, através de uma vasta máquina de mentiras - ainda impunes no essencial -, ao comportamento irresponsável da população.
Se as instituições desse país não identificam nisso um crime contra a humanidade, ou genocídio - se essas ações (ou omissões impróprias) não implicaram e implicam na morte de milhares de pessoas que não deveriam ter falecido ou vir a falecer - então esse país é que está moralmente morto e enterrado.
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