quarta-feira, 14 de outubro de 2020

"Traficante não é criminoso", diz o Partido Novo



"TRÁFICO NEM DEVERIA SER CRIME"

O sujeito que fez essa afirmação é candidato a vereador em São Paulo, pelo Partido Novo.

Observem que o crime no Brasil e seus adeptos/praticantes estão ficando desinibidos e certamente já constituem uma espécie de hegemonia cultural sobre camadas consideráveis da população.

Muitos autores consideram o crime como uma atividade socioeconômica como qualquer outra. E é, sempre foi. Para tanto, lembram das noções de prazer e sofrimento apontadas por Cesare Beccaria (1738-1795), quando menciona a necessidade de “motivos suficientes para dissuadir o despótico espírito de cada homem de submergir às leis”, e de Jeremy Bentham (1748-1832), ao defender a “maximização da utilidade”.

Lembremos, também, que impérios dominantes como o da Monarquia inglesa foram erguidos sobre uma evidente base criminal traduzida em saques, rapinagem, roubo, extorsão, pirataria, invasão militarizada e ocupação hedionda de territórios, bem como instituição de trabalho degradante às populações submetidas. Vamos ler a história da Índia antes de 1946 (ano da sua independência) e saberemos da enciclopédia de crimes lá cometidos pela Coroa britânica, tudo em nome da civilização branca e seus elevados costumes culturais, religiosos e morais.

Agora vocês entendem por que um miserável candidato a vereador de São Paulo se dá ao direito de afirmar que "tráfico nem deveria ser crime"? Esse rato está autorizado pelo etnocentrismo europeu, branco e profundamente religioso. 

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