Há dois anos, andava pelas ruas de Buenos Aires quando passei por uma escola secundária pequena, de bairro. Na calçada em frente à porta, uma placa em q se lia: “Os seguintes alunos e ex-alunos desta escola foram assassinados pela ditadura militar”, e aí aparecia uma dúzia de nomes.
O repúdio à ditadura é muito claro na Argentina. Políticos de direita e esquerda jamais fazem apologia à ditadura. É ponto pacífico. Os argentinos passaram seu passado a limpo. Não sei se a prisão do deputado Daniel Silveira foi correta ou não. Deixo isso a cargo dos juristas.
Mas de uma coisa eu sei: se a Câmara tivesse punido, há alguns anos, outro deputado que fez apologia à ditadura mais de uma centena de vezes, não estaríamos onde estamos. O repúdio à ditadura tem que ser constante. Democracia não é algo dado. É frágil. Precisa que cuidemos dela.
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