terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Mercado não quer democracia, quer pinochetismo


A grita do "mercado" mostra que não basta estar contra Bolsonaro para estar do nosso lado.
O que eles querem não é democracia, é pinochetismo.

O que os incomoda não é a truculência e insensibilidade do ex-capitão. É que ele, bem ou mal, é obrigado a fazer acenos para os eleitores: redução do preço dos combustíveis, manutenção de algum auxílio emergencial.

Uma ditadura assumida, em que não houvesse sequer uma fachada de soberania popular, seria bem vinda.São os mesmos, afinal, que costumam bater à porta dos quartéis e busca de tuítes y otras cositas más.

Ao mesmo tempo, a intervenção na Petrobrás não se torna boa por ter despertado a ira do mercado. É desastrada e destrutiva. É um improviso, um "gato", que não estabelece nenhum tipo de política em substituição àquela, herdada do governo Temer, que vigora até hoje. Seu único saldo líquido é enfraquecer a empresa.

E o preço que desejam cobrar pelo necessário prolongamento do auxílio emergencial é simplesmente abolir a obrigação constitucional de financiamento da educação e da saúde - aí, sim, sob os aplausos do "mercado".

É uma PEC que completa o serviço daquela do teto dos gastos. Sob a desculpa das urgências do presente, como se não houvesse alternativa, cancela o futuro do país.

Que Bolsonaro e o "mercado" briguem e se enfraqueçam mutuamente. Mas ambos são igualmente inimigos da democracia e do povo brasileiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário