terça-feira, 19 de novembro de 2019

A esquerda somente eleitoral não tem condições de enfrentar a truculência da direita


Luis Felipe Miguel

Na Bolívia, a tal presidente autoproclamada dá carta branca para as forças armadas matarem manifestantes. No Chile, Piñera tenta enrolar por um lado, com a constituinte marota que a oposição domesticada comprou, mas do outro lado comanda a escalada da repressão - mais de 20 mortos e duas centenas que perderam a visão, isso na contagem oficial.

De fato, olhando o que ocorre na América do Sul nos últimos anos, parece que há um movimento claro da velha aliança reacionária (Estados Unidos, classes dominantes locais, militares), com alguns novos parceiros (em particular os cristãos fundamentalistas), para retomar o controle total do subcontinente.

Quando o processo eleitoral não surte resultado, um "neogolpe". Quando o "neogolpe" também não dá conta, um pronunciamento militar à moda antiga. Quando o povo sai às ruas, cassetete e bala.

É importante ter isso em mente. Uma esquerda acomodada à disputa eleitoral simplesmente não tem condições de enfrentar essa situação.

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