Aconselho que divulguem a íntegra do vídeo que registra a reunião ministerial.
Não tanto pelo conteúdo, que certamente versa as agruras da população que amarga anos de penitência após o delírio de pecaminosa fartura esquerdista, agravados pela peste contra a qual, como lembrou o doutor Mandetta, citando Albert Camus, os humanistas propõem o enfrentamento, peito aberto, olho por olho, dente por dente, vírus por vírus.
Sobretudo, pela forma.
Fará bem à imagem da República, neste instante, a exibição da elegância, objetividade e fina educação da elite que comanda o país.
A beleza das falas. O cuidado com a elocução e a gramática. O rigor parnasiano dos adjetivos.
A expressão de carinho daquela dama da sacra goiabeira ao referir-se ao futuro próximo dos governadores e prefeitos que enfrentam a praga malévola.
A enciclopédica cultura dos generais presentes, da estirpe dos sempre armados de dados precisos e citações textuais da história da pátria que amam, os Estados Unidos da América do Norte.
Às vésperas do dia das mães, o registro, pelo Ministro da Educação, das damas que geraram os excelentíssimos ministros do egrégio Supremo Tribunal Federal.
Finalmente, o porte senhorial, o vernáculo e a verve escorreita do Presidente da República, a sintaxe elaborada com que ordena a pérfido exterminador de moluscos que cuide com carinho das fraldas sujas de seus rebentos.
Se não é para mostrar, por que gravaram, e quem mais merece ver que não o povo, pagante do cerimonial da corte?
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