O campo progressista criou ídolos de barro, quase todos liberais disfarçados de progressismo. Até emprego em revistas como CartaCapital essa gente arrumou. Talvez começa aí a se dar não a derrocada, mas a consolidação do fracasso das nossas ferramentas de discurso.
Agora estão todos aí BATENDO BIELA por causa do auxílio emergencial do Bolsonaro. Quando eu digo que entre Lula e Bolsonaro, essa turma de 2013 fica com o Bolsonaro que tem B, de Beyoncé, eu não falo de sacanagem.
Para Caetano Veloso, Lula é analfabeto, Bolsonaro é confuso. Para Gabeira, Lula é analfabeto, Bolsonaro, "precisamos de paciência". Perceberam a diferença de tratamento com um e com outro?
E...a inacreditável Rosana Pinheiro-Machado que passou décadas fazendo discurso de nojo, ganhando dinheiro, fazendo palestras, para fazer BULLYING com o Lula e dizer que o Bolsa Família era política de assistencialismo barato, agora está dando entrevista para a BBC encantada com o auxílio emergencial bolsonarista e dizendo que ele vai derreter o lulismo dentre as classes baixas.
Ué? Quequetáconteceno?
Eu sempre dizia que muito dos discursos apregoados pelas academias de ciências humanas iam cair na vala comum do charlatanismo. Porque o HOMO-LATTES ia acabar dando títulos para gente que não estava fazendo estudos sérios. E isso vai se voltar contra nós uma hora. Se aquela CPI das universidades prometida pelo Weintraub saísse mesmo, não ia ficar pedra sobre pedra, e tem muita gente que sabe disso.
Até hoje, uma boa parte dos estudos amparados pela academia sobre Junho de 2013 expressam muito mais desejo próprio, prazer, literatura de má qualidade, pós-verdade, elitismo, fakenews do que... ciência.
Os setores mais amplos do progressismo se assustaram com as marchas de junho de 2013, e acharam que para compreender aquele processo deveriam empregar e dar voz à professores e intelectuais que estavam na internet, muitos antipetistas à esquerda, fazendo militância em prol daquilo.
E aí fomos bombardeados por gente como Rosana Pinheiro Machado, Pablo Ortelado, Ivana Bentes, Esther Solano, Eliane Brum, Rafucko e etc. Sendo que essa gente não estava fazendo estudo de qualidade, eles estavam é fazendo militância e tendo prazer em ver o pacto político do lulismo ruindo. Porque no fundo não querem ter responsabilidade com o governo. Governar significa fazer concessões, ter que dialogar com opostos, descer do pedestal e perder o status de "limpinho e cheiroso".
Como são todos RICOS para o padrão brasileiro, eles podem falar "isso aqui eu não admito". Ou, como eu já ouvi, "para ter que governar com o PMDB, era melhor nem ter vencido em 2002". E aí foda-se que o salário deles quadruplicou em universidades públicas graças a este pacto, fodam-se os 50 milhões que saíram da miséria. O importante é "o que meu titio reaça vai pensar de mim agora no almoço de família?"
Porque se tem uma coisa que o Partido Comunista de Ipanema e o Partido Fascista dos Jardins tem em comum é o ódio ao Lula, ao Estado provedor de bem-estar social, à CLT e etc. Uns querem o libertarianismo e a Fantástica Fábrica de Chocolate aqui e agora, e o outro quer o estado-mínimo para os pobres e o estado-máximo e especulador para si.
No fundo ambos odeiam um estado que promove o SUS e ambos odeiam ver filho de empregada fora do Brasil. Os Comunistas de Ipanema odeiam ver o filho da empregada em Paris, e os Fascistas dos Jardins odeiam ver esses fillhos de empregadas em Miami.
Pois é, alguns desses "corpos em movimento" agora, pelo visto, estão se movendo sorrateiramente para passar pano para o bolsonarismo, já outros, para o DOPS e a lista de 5 mil perseguidos da ABIN.
Eu posso me fuder, mas eu vou me fuder botando o dedo na cara dessa canalhada.
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