sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O Brasil se revelou ainda mais um país especialmente cafajeste


Vinicius Torres Freire

Os Bolsonaro dão medalha para pistoleiro da milícia. Pegam dinheiro do Queiroz, gerente da boca de rachadinha da família e agregado da milícia. São amigões de neonazista ladrão, o Bannon. Fazem política com presidiários do centrão, o que é estelionato eleitoral.

O rei não está nu, está coberto de sujeira. Isso tudo já é velho e sabido, assim como é óbvia a normalização contínua de Bolsonaro e sequelas, pelas elites em particular. Mais importante agora é definir nossa espécie de colaboracionismo e o efeito que isso tem na vida do país.

Como o rebaixamento sórdido e autoritário dos padrões de convivência política e social altera a cultura e as instituições de modo duradouro? Que elementos circunstanciais e estruturais de uma sociedade permitem a convivência “normal” com algo como os Bolsonaro e o bolsonarismo?

A gente fala muito disso e a pergunta também é velha desde os 1940. Mas pensa pouco, de modo organizado, o nosso caso específico de barbárie. Para começar, não pensa o fato de tanta gente estar acostumada ao ambiente de cafajestagem geral, de modos, costumes, política, ideias.

O Brasil se revelou ainda mais um país especialmente cafajeste, do discurso presidencial pontuados por “porras”, da reunião ministerial sórdida, do à vontade em geral de gente sem limite para seu individualismo mesquinho, grosseiro, mal lido, mal educado, esganado e violento

É uma grossura disseminada, estrutural, um individualismo tosco e sem limite que é tido como “informalidade”, e não apenas no bolsonarismo, é bom notar.

Precisamos pensar mais em tudo isso, até para tentar descobrir alguma vacina. Imunidade, pelo jeito, não temos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário