sexta-feira, 7 de agosto de 2020

A Globo é inimiga do Brasil, amiga de Bolsonaro e amante de Paulo Guedes

 


Vinícius Carvalho


Amizades, com todo respeito, mas vocês tem que parar de achar que a Rede Globo e o Bolsonaro são inimigos.

Rede Globo saudou o novo ministro da Justiça, André Mendonça, um fundamentalista cristão neopentecostal, teocrata, um talibã de Jesus, como sendo um cara de “alto nível”, só porque ele é um liberal de carteirinha. Agora está comprovado que o Ministério da Justiça, em conluio com a Polícia Federal e a ABIN, estão montando uma lista/dossiê policialesca com mais de 6000 mil nomes de pessoas comuns.

Algo que remete ao período ditatorial brasileiro que a Globo entende bem, e não apenas defendeu como ajudou a implantar. E tá aí mais uma coisa que Globo e Bolsonaro concordam, o regime militar brasileiro.

E isso aqui também serve de lição para quem acha que é possível fazer “oposição propositiva” ao governo Bolsonaro. Vocês querem fazer oposição propositiva para um governo que conseguiu normatizar mil mortes diárias no país por conta de uma pandemia, que conseguiu impor a narrativa da cloroquina por meio de ameaça de corte de verba das secretarias de saúde, que faz lista de inimigos políticos dentre a sociedade civil? É isso?

Outro absurdo. Quando aprovaram o novo marco do saneamento básico e distribuição de água no Brasil, a Globo News fez plantão para defender tal proposta. E, nas horas e mais horas de análise, com mais de dezenas de opiniões de políticos e economistas, todos de direita, todos neoliberais, gente do Partido Novo, do MBL, políticos do “centrão” (centrão só se for o do cu, porque o centrão brasileiro é direita tradicional) e até deputados de extrema-direita e bolsonaristas como Carlos Jordy, todos defendendo tal proposta, uma jornalista da casa, creio que foi a Natuza Nery deu uma declaração categórica:

“Nem tem a necessidade de chamar a esquerda aqui para opinar, porque infelizmente a esquerda já perdeu este debate há muito tempo, parece que parou no tempo”.

Oras, como vai saber se a esquerda já perdeu o debate se nenhum especialista ou parlamentar foi convidado?

Eu parto por um pressuposto muito simples: não há hipótese que exista algum assunto, qualquer um, nem que seja receita de brigadeiro, onde um Paulo Teixeira ou um Ivan Valente estejam errados e o Carlos Jordy esteja correto.

Rede Globo e Bolsonaro só estão descoordenados nas ideias do cotidiano. Mas onde a grande disputa política rola mesmo e é o que determina a manutenção do poder do mundo, que é no campo econômico, eles são aliados. Por isso Globo ainda defende o Paulo Guedes e até pega leve com o Bolsonaro se comparado com o Lula. Imaginem o Lula chamando jornalistas da Globo de “piranha”, “feia”, “gorda”, “veado” e etc, como o Bolsonaro já fez com jornalistas deste emissário submarino?

E a prova que o único desequilíbrio entre Bolsonaro e Globo são em temas cotidianos, é que a Globo até aceitou adotar a pauta política acerca da defesa das identidades dos seus programas como Fátima Bernardes, nas novelas e etc. Pra ela tanto faz, aliás, não apenas tanto faz, para a Rede Globo é até bom que novos sujeitos sejam respeitados e inseridos no seio social, não porque a Globo ama gays, mulheres e negros. Mas porque para ela eles formam um novo mercado de consumo.

Agora, quantas vezes a Globo abriu o seu espaço para uma sindicalista ou um sindicalista negro para falar sobre CLT, por exemplo?

O que a Globo se preocupa mesmo é com a manutenção de uma economia neoliberal, em manter um país desigual e estamental.

Globo só queria que o Bolsonaro falasse menos besteira. Tanto que agora que ele está de bico calado, mas fazendo as piores barbaridades do mundo, a Globo deu uma trégua para ele.

E por isso também Globo defende tanto o Paulo Guedes, que tem um nível mais baixo que o Ratinho.

É que o Paulo Guedes nada mais é que um Bolsonaro que toma banho.

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