segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Não é falta de informação, é maldade



Um autodeclarado cantor, Gustavo Lima, ontem, numa "laivi" parabenizou Bolsonaro e o deu "nota 10" pela....OBRA DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO.

É muita cara de pau, bicho.

O aumento da popularidade do Bolsonaro se dá justamente quando ele se aproxima do velho "lulismo". Renda Mínima, Transposição do Rio São Francisco e etc.

Por isso eu bato na tecla junto aos amigos do PT que o lulismo ainda é uma realidade, mas precisa ser superado. E isso não é superar o Lula, pelo contrário, o Lula ainda tem muita contribuição para dar, mas é que as políticas implementadas no período lulista são facilmente sequestradas - e isso é um fato.

Um dos grandes problemas do mapa político brasileiro das últimas décadas, foi que na inabilidade completa e impopularidade do PSDB e do neoliberalismo noventista de retornar ao poder através do voto, eles passaram a atacar o PT com base em alucinações e pautas morais. E o que acontece toda vez onde a política é negada pela sociedade? Fascismo.

E quando isso se toca com a cultura, gera um processo de fascistização totalizante. Pânico na TV foi fascista, Tropa de Elite foi fascista, o Sertanejo Universitário foi fascista e misógino, o UFC é fascista, o CQC foi fascista, o Pretinho Básico flertou gostosamente com o fascismo, o quadro Meninas do Jô fez um sessenta e nove gostoso com o fascismo...e a sociedade - se não virou fascista - foi, simplesmente, alvo fácil de tais ideias.

Aí no campo jurídico tivemos a coroação de tais estratagemas: Julgamento do Mensalão, com a introdução da Teoria do Domínio de Fato na jurisprudência brasileira, a Operação Lava-Jato como filha dileta das Marchas de Junho de 2013 e o assassinato de Marielle como popularização suburbana deste processo. 

O pré-candidato que fez campanha quebrando a placa com o nome de Marielle foi simplesmente o MAIS VOTADO DO RJ.

Não existiria assassinato de Marielle Franco se não houvesse um profundo processo de encorajamento, empoderamento e popularização da extrema-direita na sociedade. Marielle foi assassinada DE GRAÇA, por nada, apenas porque era mulher negra e DE ESQUERDA.

Portanto é importante que a esquerda, neste ano, apresente proposições políticas para a sociedade. Se a gente for lutar no campo da polarização cultural com a extrema-direita, nós vamos perder de 7x1, porque eles dominam o senso comum.

Por isso eu fico puto quando muitos falam que atitudes como a do Gustavo Lima são oriundas de falta de informação.

Tá aí o Thammy Gretchen já também, os ataques ao invés de o humanizarem e o fazerem refletir sobre a interligação do conservadorismo com a vontade de eliminação do seu corpo enquanto pessoa trans, PELO CONTRÁRIO, o fez refletir sobre a "necessidade de dialogar sobre transexualidade com a direita". E é nesse ponto que classe perpassa a identidade.

Thammy tem uma identidade, mas também tem uma classe social que grita dentro dele.

E também porque, obviamente, ele é pré-candidato em São Paulo pelo partido de Paulo Maluf.

Não é falta de informação, é maldade.

Percebam, quando um bolsominion espalha milhões de fakenews sobre a Marielle Franco e você desmente, eles simplesmente dão de ombros, e continuam espalhando as fakenews e debochando ainda.

Quando você lhe manda uma notícia REAL sobre os crimes da familícia Bolsonaro, eles IMEDIATAMENTE fazem o chamado "fast checking", ou seja, começam a pesquisar em diferentes meios de comunicação se aquela informação é real. Mesmo que ela seja real, eles puxam o "MAS E O LULA? E O PT?"

Aí vocês querem mesmo me convencer que isso é falta de informação?

Isso tem outro nome, isso é SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO.

Essas pessoas agem como torcedoras e tem necessidade de pertencer a um grupo.

Mais ou menos como eu, quando era ROSQUEIRO na adolescência e gostava de andar com camisa preta do HELLHAMMER ou do DARKTHRONE naquele calor do caralho do RJ (as minhas preferidas eram as capas do Triumph of Death e do Transilvanian Hunger - inclusive acho duas baitas capas de album até hoje) e beber licor de menta vagabundo na porta do cemitério do Corte 8. 

Esses são os bolsominions, eternos adolescentes de terceira idade.

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