Criatividade é essencial |
Uma revista se chamar Piauí constitui, em si, algo cínico. A partir do próprio nome mesmo, por levar o nome (eu consigo ver os risinhos) de um estado que nela não estará contemplado.
O fato de essa revista ser mantida por banqueiros bilionários (eles são donos do Itaú), a pautarem nossa elite cultural tão complacente com o poder econômico, duplica esse cinismo.
Dar espaço para uma jornalista cínica que, anos depois, quer glamourizar a notícia cínica do Caetano estacionando no Leblon significa multiplicar o cinismo por dezenas de vezes.
Levarmos isso a sério, em plena pandemia, significa a naturalização do escárnio. É como se permitíssemos que os irmãos banqueiros debochassem das nossas caras. E ainda comemorássemos.
Tem muita gente séria neste país que nunca ganhará esse espaço. Jamais. A repórter é cínica, o editor é cínico e é tão triste perceber que nossa primeira reação não é a de deplorar esse deboche.
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