Por Kiko Nogueira
Leda Nagle é prima de Fernando Gabeira e tem com ele, em comum, a vontade de normalizar monstros.
Foi no canal dela no YouTube que Eduardo defendeu “um novo AI-5″ se a esquerda no Brasil “radicalizar”.
Aos 68 anos, Leda tinha 17 anos quando a ditadura entrou em seu período mais sombrio e criminoso.
Não que precisasse estar vivo então: basta não ser um ignorante contumaz ou tomar água da privada para saber do que se tratou.
Leda ouviu essa barbaridade como se Eduardo estivesse dando uma receita de bolo porque essa é sua especialidade: fazer de conta que está tudo bem no Brasil dessa corja.
Ela admite a influência de Gabeira em sua carreira.
O ex-guerrilheiro, ex-deputado, hoje patrono do isentismo, eco-direitista, tem no grupo Globo uma coluna no jornal e um programa de televisão que ninguém vê.
Patrocinador da Lava Jato, dedicou dezenas de artigos à turma, invariavelmente encomiásticos.
Foi mestre de cerimônias do lançamento do livro de Dallagnol sobre as “10 medidas” numa feira, puxando o saco do procurador de maneira asquerosa.
Em 2016, assinou o prefácio do best seller de Vladimir Netto, repórter do Jornal Nacional e filho de Míriam Leitão, sobre Moro e cia.
O então juiz tinha “o grande conhecimento técnico, as perguntas meticulosas, as sentenças fundamentadas e a coragem de enfrentar a pressão dos advogados mais bem pagos do país”.
Na campanha, elogiou Bolsonaro como “uma forma de virar a mesa”, entre outros eufemismos, e ganhou de volta um “abraço hétero”.
Depois da revelação dos diálogos do Intercept, acusou os ministros do Supremo de “lobos” querendo “devorar” a operação.
Leda passou pela Globo, Manchete, SBT e TV Brasil antes de investir no YouTube.
Esteve com a fina flor do fascismo nacional, sempre ouvindo o mais puro lixo extremista com aquele sorriso maternal.
O bolsonarismo em peso já tomou um chazinho com ela: Carlos, Eduardo, Flávio, além do colunista bolsominion da Jovem Pan Caio Coppola, do jurista lavajatista Modesto Carvalhosa e do ex-roqueiro Roger, escada de Danilo Gentili.
Leda, como Gabeira, se sente em casa com todos eles. É como estar no sítio da vovó no Reich.
A famosa tanga que Gabeira usou na praia quando voltou do exílio em 1979 era de Leda.
Envelheceu melhor que os dois.
Gabeira em 1979 com a tanga da prima Leda Nagle |
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