Renato Terra
Foi o premiado escritor Sérgio Rodrigues, colunista aqui da Folha, quem criou a expressão “Feliz miliciano novo”.
As tradições para a virada do ano tiveram que se adaptar aos novos tempos. A cor que vai dar sorte, por exemplo, é o laranja. Perto da meia-noite, segure chocolatinhos da Kopenhagen na mão direita e uma Glock na mão esquerda. Nos primeiros minutos de 2020, interfone para os vizinhos, pule 58 ondinhas e cante:
Adeus, miliciano velho
Feliz miliciano novo
Que todos relativizem
O miliciano tá no poder
Com muito dinheiro no bolso
Tudo bem tiramos o PT
Num ímpeto irrefreável, indico uma animada playlist que contemple trocadilhos com a palavra do ano —milícia— para bombar as festas de Réveillon.
Capitão miliciano
Doutor, eu não me engano
Meu capitão é miliciano
Doutor, eu não me engano
Meu capitão é miliciano
Eu não sabia mais o que fazer
Tanta corrupção por culpa do PT!
Ah! Doutor, eu não me engano
Botaram logo um capitão miliciano
Pelo interfone
O chefe da milícia
Pelo interfone
Mandou avisar
Que lá no Vivendas
Tem um áudio loko
Para se apagar
A Grande Milícia
Essa milícia é muito unida
E também muito ouriçada
Brigam por qualquer razão
E acabam vencendo eleição
Milícia
Dizem que ela existe pra achacar, dizem que ela existe pra proteger
Eu sei que ela pode te ferrar
Eu sei que ela pode te prender
Milícia para quem precisa
Milícia para quem precisa de milícia
Milícia para quem precisa
Milícia para quem precisa de milícia
Dizem pra você obedecer
Dizem pra você eleger
Dizem pra você comprar gás
Dizem pra você ter WhatsApp
Milícia para quem precisa
Milícia para quem precisa de milícia
Milícia para quem não precisa
Milícia para quem não precisa de milícia
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