domingo, 22 de dezembro de 2019

O brasileiro não merecia, em 2019, ainda aguentar Galvão Bueno narrando futebol


Kiko Nogueira


“O lateral Alexander-Arnold tem uma grande visão de jogo porque foi campeão mundial de xadrez”, ele disse.

O inglês Alexander-Arnold trocou, em 2018, o futebol pelo xadrez por uma partida.

Ele curte peões, bispos, cavalos, reis e rainhas desde pequeno. Encarou o norueguês Magnus Carlsen. Foi batido com 17 movimentos em 5 cinco minutos.

“Eles têm um lateral-esquerdo inglesinho que é meio fraquinho, gosta de atacar e deixa um espaço nas costas dele ali”, ele garantiu.

Andy Robertson é escocês, soma 101 partidas, marcou três gols na equipe, tem uma Liga dos Campeões e uma Supercopa Europeia.

Galvão é, seguramente, o pior narrador de futebol do mundo.

Não apenas pelos erros — que ele não corrige a posteriori porque é bom demais para isso –, mas porque é um torcedor mal disfarçado.

Esse traço deixou de ser folclórico para ser patético. Silvio Luiz não era tão ridículo.

Galvão passou os 120 minutos de Flamengo e Liverpool tecendo considerações de como o clube carioca deveria jogar.

Nada sobre a campanha dos ingleses, o técnico Jürgen Klopp, o esquema tático, como eles chegaram ali etc. 

Sobre o craque Salah, um amontoado de clichês sobre sua canhota “que não deixa a bola sair de perto”. Quando se arriscava, era um desastre.

Os dois patetas que o acompanhavam, Junior e Roger Chinelinho, serviam de escada. 

Galvão não faz jornalismo esportivo há muito tempo. Mas conseguiu piorar.

Virou um animador de auditório vulgar, um canastrão.

Manipulador, ele chora, ou finge chorar, por qualquer coisa.

Emocionou-se, ou fingiu se emocionar, no início com uma orquestra do Complexo da Maré.

No final, com a vitória do Liverpool, simplesmente boicotou os vencedores e a parte da audiência que não estava interessada em palhaçada para dar chibatadas nas costas de quem já estava deprimido.

Enfim temos o Jim Jones da crônica futebolística.

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