quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

A Lava Jato enterrou o que restava do Brasil


Artur Araújo

BRASIL, IMAGEM ESPECULAR

Enquanto a Coréia do Sul construía, sob comando e controle do Estado, uma poderosa indústria integrada - dos campeões nacionais, das "chaebol" -, cada vez mais voltada aos setores intensos em tecnologia e com alta geração de valor, nós mergulhávamos na cantilena de Homer Cado, nos atolávamos na privataria e nos desindustrializávamos aceleradamente.

Para, como dizem os britânicos, adicionar insulto à injúria, deixamos que quinta-colunas fizessem da Lava Jato o coveiro de nossas construção civil pesada, indústria naval e cadeia produtiva de óleo & gás. Se não enterraram também o segmento de proteína animal, não foi por falta de vontade e de tentativas.

A deforma trabalhista de Temer, centrada no arrocho do preço da força de trabalho para gerar superlucros de curtíssimo prazo, teve como arma decisiva um dos maiores casos mundiais de sabotagem dos sindicatos, via seu estrangulamento financeiro.

Na Coréia do Sul, o presidente do conselho de administração de um dos gigantes industriais, a Samsung, é mandado para trás da grades, com outros de seus executivos comparsas, por tentar praticar sabotagem de alcance bem menor.

Tudo indica que, sob comando dos mercenários de Homer, temos no sucesso nacional da Coréia do Sul uma referência, um "benchmark" como diriam os "farialimers".

Ao espelho, a referência invertida, a imagem especular.

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