2019 foi mais um ano da persistência do "Antigo Regime" no Brasil. Quem se beneficiou foram os banqueiros, o capital financeiro com seus grandes lucros, os interesses internacionais, o agronegócio tóxico, dependente dos venenos e da destruição da natureza, as corporações mais atrasadas nas cúpulas burocráticas do sistema judicial e das forças armadas, a grande mídia, os comissionados de direita no executivo, legislativo e judiciário, enfim o exército de parasitas dependentes das mamatas estatais beneficiados pelo bolsonarismo.
Foi um mal ano para a classe trabalhadora, para os 90% mais pobres, arrocho salarial, perda de poder aquisitivo, desemprego ou empregos ruins e precários. Um mal ano para a cultura e para a educação, a principal oposição à ideologia rasa do bolsonarismo. Um ministério de fracassados nas suas respectivas áreas não proporcionou nenhuma melhora para a maioria da sociedade. Retrocessos na saúde. Contrariando as previsões do começo do ano de estabilidade e crescimento se viu a estagnação, subida do dólar e os aumentos nos produtos básicos, gás, combustíveis, eletricidade, água, carne. Os escândalos dos crimes milicianos, das fake news, acobertados pelo establishment e o roubo das aposentadorias reforçaram a concentração de renda, a desigualdade e a violência tradicional da sociedade brasileira.
Sem o golpe de 2016 e a prisão de Lula o consórcio bolsonarista não se estabeleceria. Neste ritmo já perderam as bases populares que deram a vitória nas eleições arrumadas de 2018. O racha no PSL, as disputas entre militares, muitos demitidos, a sensação de manipulação dos evangélicos, todo o consórcio bolsonarista passa por crises variadas. A queda da popularidade dependerá da dinâmica econômica, que apesar das pressões por resultados positivos pelos dominantes continua ruim para os dominados. O aparente silêncio e a aparente calmaria antecedem a mudança do tempo político nesta conjuntura. O bolsonarismo otimista perdeu seu prazo de validade e o segundo ano vai ferver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário