Em dezembro do ano passado, meses depois de já ter recusado 70 milhões de doses da Pfizer e de ter dito que não compraria vacina chinesa, o governo federal disse:
- Se houver demanda, preço, vamos comprar.
Nunca vou esquecer essa frase. Vacina, demanda, preço. Como se fosse leite condensado, cerveja, picanha ou boneco do Rambo.
Estou propositadamente misturando frases do presidente e do seu ministro da Saúde MILITAR porque a responsabilidade é uma só.
Pois bem, acabo de ler que a FioCruz está temendo novos atrasos na produção porque a crise sanitária no país é tão avassaladora que empresas aéreas estão se recusando a transportar insumos necessários para a produção de vacina porque ninguém, absolutamente ninguém, quer chegar perto, botar os pés, o frasco de álcool gel, nesse vale de necrochorume, nesse caldeirão borbulhante de sopa de morcego, em que o golpe de 2016, a Lava-Jato e seus apoiadores transformaram o Brasil.
Se houver demanda, preço, vamos comprar. Só se for no inferno.
Mas temo que nem o diabo queira mais trato conosco.
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