sexta-feira, 2 de abril de 2021

Ninguém quer chegar perto do Brasil destruído pela Lava Jato

João Ximenes Braga

Em dezembro do ano passado, meses depois de já ter recusado 70 milhões de doses da Pfizer e de ter dito que não compraria vacina chinesa, o governo federal disse: 

- Se houver demanda, preço, vamos comprar.

Nunca vou esquecer essa frase. Vacina, demanda, preço. Como se fosse leite condensado, cerveja, picanha ou boneco do Rambo.

Estou propositadamente misturando frases do presidente e do seu ministro da Saúde MILITAR porque a responsabilidade é uma só.

Pois bem, acabo de ler que a FioCruz está temendo novos atrasos na produção porque a crise sanitária no país é tão avassaladora que empresas aéreas estão se recusando a transportar insumos necessários para a produção de vacina  porque ninguém, absolutamente ninguém, quer chegar perto, botar os pés, o frasco de álcool gel, nesse vale de necrochorume, nesse caldeirão borbulhante de sopa de morcego, em que o golpe de 2016, a Lava-Jato e seus apoiadores transformaram o Brasil.

Se houver demanda, preço, vamos comprar. Só se for no inferno.

Mas temo que nem o diabo queira mais trato conosco.

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