Circulam fotos de cenas horrendas que teriam ocorrido na lama em Brumadinho. Gente de boa fé as faz circular. Gente informada afirma que as fotos não são verdadeiras, isto é, não se referem a cenas (e a pessoas ou a animais) reais. São imagens de outros lugares e em outras ocasiões. Boa ocasião para (se possível, diante do horror) refletir sobre a objetividade das imagens (as que valem por mil palavras, segundo um poderoso clichê).
Quem puder ou quiser, leia “Testemunha ocular; o uso de imagens como evidência histórica”, de Peter Burke. Fica-se sabendo, entre outras coisas, que fotos famosas de eventos trágicos são montagens de fotógrafos, organizadas depois dos fatos. E, claro, que imagens (pinturas ou fotos) de pessoas não necessariamente refletem como elas são (eram) ou como se vestem (vestiam), simplesmente porque as pessoas se arrumam para as poses (o que se pode ver muito bem nos perfis aqui no Facebook...). O fato de as imagens não serem “verdadeiros” documentos diminui sua “autenticidade”? Podem ser consideradas fake news? Como a ficção está cansada de mostrar, é por meio dela que ficamos sabendo como as coisas são.
Nenhum comentário:
Postar um comentário