Deve haver alguma explicação mística, algum fator transcendental em todo o processo que levou o País de candidato a potência emergente a esse asno afogado em esterco e agonia num intervalo menor que dez anos, um período histórico curtíssimo.
Talvez haja algum mérito pela rapidez com que a esperança se transformou em desgraça. Esse tombo não é pra qualquer um, tem que haver muita dedicação.
Olha, chamaram os anos 80 de a década perdida, mas eles terminaram com algo primordial que hoje não vejo: perspectiva.
Hoje temos um presidente protofascista com laços milicianos eleito via mentira de whatsapp, lobby da indústria armamentista e apoio de evangélicos neopentecostais que sonham substituir ciência na sala de aula por religião.
O principal partido de esquerda é um deserto de ideias e ações. A centro-direita se desintegrou depois de jogar revólveres nas mãos de macacos achando que conseguiria fazê-los voltarem pra jaula, mas eles acabaram em Brasília.
Havia um país difícil e problemático, mas havia um País. Saudades e cinzas foi o que restou. Agora é cada um por si.
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