A declaração do cineasta José Padilha sobre os bolsonaristas talvez (...) terem votado "nas pessoas erradas" para combater a corrupção gera um leque imenso de constatações, mas quero ficar só com uma, que ilustra o momento atual em que parece viver o planeta todo:
Muitos - com ampla dose de razão - 'acusam' o "Tropa de Elite" (o primeiro filme) de germinar o campo fascistoide. Creio que a grande contribuição de Padilha para a espiral atual de merda não reside nem na glorificação da violência, e sim em outro aspecto de quase toda sua obra
Padilha (Tropa de Elite, Mecanismo, Narcos, etc, etc, etc.) é o rei de uma suposta "polêmica", um suposto "dedo na ferida" que na real é mansinho, tolo, gasoso: é a despolitização total que reside nesses discursos genéricos "...contra o sistema..." ou contra "...os políticos..."
Claro que o primeiro filme da "Tropa" sustenta um ridículo e inverossímil mito do "BOPE incorruptível" (ver o último @AntiCast com o @mizanzuk e o @alcysio e porque isso é uma clara mentira), mas a crítica que parece forte, é sempre, ao final, difusa, espalha chumbo, medrosa.
Mesmo quando faz um mea culpa e tenta, no "Tropa de Elite 2" mostrar os moralistas, os Datena, os milicianos, jogando com o sistema e fazendo o "herói" de bobo, a autocrítica não avança e não tem coragem de inverter o próprio eixo. Ela nunca é integral ou ácida.
Do pouco que vi de "O mecanismo", a série compra as versões mais infantis de tudo o que agrada a maioria (ps: não falei que são mentiras) e joga uma que outra migalha previsível para o outro lado (esculhambar "Aécio"? Nossa, que audacioso...).
No mais, sua afirmação é a cara de suas produções: nem diante da evidente ilustração da sacanagem que ele mesmo exibe nas películas ele consegue dar nome aos bois, com pulso. FORÇA, Zé. Dar uminha estocada nessa gente não te faz 'petista', eu juro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário