O governismo de Twitter propõe um curioso exercício histórico. Ele pergunta por que a imprensa não investigou, dez anos atrás, uma notícia. Você checa e descobre que a 1) a notícia é falsa 2) começou a circular ano passado.
Essa falsificação histórica tem método . Ela é um manancial inesgotável de acusações e diversionismo. Para cada notícia verdadeira e incômoda para a família Bolsonaro, surge uma notícia falsa a mão para ser usada contra os veículos de comunicação.
O governismo de Twitter, de certa forma, compartilha o método do Olavo de Carvalho: fingir loucura em quantidades colossais para atingir qualquer um que identifique como inimigo.
Olavo, aliás, faz uma salada russa de conceitos. Porém, devo confessar, ele leu bastante bem o livro “Como vencer um debate sem precisar ter razão”, livro ao qual dedicou muitas linhas. E também leu muito sobre os “Santos loucos” do cristianismo bizantino.
Os “santos loucos” faziam uma interpretação literal de uma passagem bíblica sobre como a sabedoria dos homens era loucura diante de Deus. Então, para combater o pecado, eles se fingiam de loucos - xingavam, apagavam luzes de igrejas, participavam de orgias. Queriam confundir.
É difícil combater o olavismo e seu método de Twitter porque ele não é feito para esclarecer. Seu objetivo é a confusão absoluta, é desnortear as pessoas e levar seus “inimigos” ao limite do absurdo. A razão iluminista, a política tradicional, não é levada a sério por eles.
Por enquanto, acho que o melhor é respirar fundo, estudar e manter a cabeça no lugar. Não adiante reagir toda hora ao nosso candidato a Rasputin, ao nosso filósofo que se vê como homem santo pronto a liderar o alinhamento do Brasil a valores pré-iluministas.
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