Em nova entrevista, presidente apelou ao jornalismo 'fofo' para conter crise sobre filhoNelson de Sá
A mais recente entrevista de Jair Bolsonaro (PSL) à Rede Record, na quarta (23), no rastro do agravamento do escândalo do filho e do cancelamento às pressas de uma entrevista coletiva em Davos, não foi como as outras.
Estabelece uma mudança na relação entre o político e a emissora. Até então, ele e familiares falavam à Record como falavam também a SBT, Bandeirantes ou Rede TV! Independentemente das perguntas, eram entrevistas disputadas.
Agora é Bolsonaro quem apela a Edir Macedo. O presidente da República precisa da Record, segunda televisão do país, financiada e controlada de perto por uma organização religiosa.
Não é mais o candidato que quase venceu no primeiro turno sem tempo de propaganda e sem apoio de telejornal. Que viu o mesmo Macedo surgir aos trancos para apoiá-lo, a dias da votação, abandonando Geraldo Alckmin (PSDB).
A sequência de revelações bombásticas envolvendo Flávio Bolsonaro, envolvendo ainda a primeira-dama Michelle e o próprio presidente, confundiram e dividiram sua base digital, construída em plataformas como WhatsApp.
Era essa sustentação que o tornava independente da TV tradicional, até das emissoras que se ofereciam seguidamente a ele, como a Record. Uma independência que se perdeu em três semanas, na primeira crise.
A entrevista foi como as anteriores, rastejantes, feitas pelo jornalismo da Record com Bolsonaro, Flávio e Michelle. Talvez a descrição definitiva tenha sido aquela dada no domingo (20) pela primeira-dama, no final.
Depois de não ser questionada sobre o depósito de Fabrício Queiroz em sua conta, ela viu o repórter Eduardo Ribeiro agradecer em linguagem de sinais, pela longa conversa fiada, e não se conteve: "Ai, que fofo!".
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