Sylvia Moretzsohn
Eu tenho por hábito cultivar a prudência, por isso evito me deixar levar pelas emoções do momento.
Lembro bem do que foi a excitação quando a Globo divulgou os vídeos do Joesley: a queda de Temer era então considerada líquida e certa, a ponto de alguns jornalistas da casa se referirem a ele como ex-presidente (para logo se corrigirem), sabe-se lá se por erro ou um fingido equívoco, para causar expectativa.
A situação parecia mesmo insustentável. No entanto, deu no que deu.
Claro que agora a coisa é bem mais grave, considerando não só o caso em si (trata-se de um assassinato) como o temperamento da pessoa em questão.
Por isso, não compartilho do que diz o Fernando sobre "não ter volta", ou que "a crise política explodiu e nada a vai deter". Aliás, seria recomendável a leitura da coluna do Gaspari (pois é...) de domingo, aquela em que Madame Natasha pede "compostura verbal" e relaciona as mais recentes trocas de gentilezas entre os membros da quadrilha que está no poder.
Mas certamente concordo com o Fernando quando ele diz que "é preciso pensar para ver o que virá disso, embora se saiba que duas coisas virão".
Só concordo com a primeira dessas coisas: "é que coisa boa não será".
O otimismo dele em relação à segunda "coisa" (sobre o proveito que se poderá tirar desse "improvável confronto") eu não compartilho, não.
De todo modo, só nos resta mesmo assistir.
E é bom assistir ao vídeo em que o Verme se manifesta, acusando o golpe como nunca antes na história deste país.
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