terça-feira, 29 de outubro de 2019

A Lei Rouanet e as hienas


Leandro Fortes

HIENAS

Uma das coisas mais bizarras do tal vídeo postado pela conta de Twitter de Bolsonaro é a representação da Lei Rouanet em uma das hienas que cercam o velho e combalido leão. Essa inclusão revela muito da estrutura mental de quem bolou essa idiotice e reforça a suspeita, claro, de que o autor é Carlos Bolsonaro, o Carluxo.

O 02 não é o filho mais burro, posição inegável do 03, este que, faz dois dias, tenta montar uma equação matemática com pesos, dólares e reais, de modo a provar que ele é, no fim das contas, uma besta ao quadrado.

Carlos, pelo que se infere dos tuítes que posta na conta dele e do pai (presidente da República, só para lembrar), tem graves e, provavelmente, irreversíveis transtornos mentais. Talvez por isso, Bolsonaro o proteja incondicionalmente, com grande amor fraternal, talvez o único sentimento genuinamente humano de sua personalidade doentia.

Ao dar à Lei Rouanet a forma de hiena, o vídeo recorreu a um singular antropomorfismo, digamos, de caráter institucional, mais curioso até do que o aplicado ao STF, à CNBB e à ONU, no referido vídeo tuitado. Isso porque a Lei Rouanet não é sequer uma repartição pública, mas, como o nome esclarece, uma norma que autoriza a captação de recursos junto a empresas, com a garantia de isenção tributária, para fins culturais.

Ocorre que, dentro da narrativa bolsonarista, a Lei Rouanet tem lugar cativo no imaginário imbecilizante que circula nas redes sociais, ora como um mecanismo do comunismo internacional, ora como fonte de corrupção do marxismo cultural.

Agora, imaginem isso na cabeça de Carluxo, onde a lógica é sistematicamente substituída por um mecanismo disruptivo de pensamento que resulta, quase sempre, num amontoado de frases sem sentido.

O tal vídeo é, por essa ótica, uma ação totalmente coerente.

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