sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Britânicos elegem seu próprio Bozo


Claudio Guedes

A vitória de Boris

A vitória arrasadora de Boris Johnson no Reino Unido foi a vitória de um político que ousou, que assumiu inclusive, ao lado da sua bandeira do Brexit, outras demandas tradicionalmente ligadas ao partido trabalhista, como o aumento nos investimentos em saúde pública e em políticas públicas nas áreas industriais do norte/nordeste da Inglaterra.

Infelizmente do lado trabalhista a indecisão face ao Brexit foi fatal. Nem contra, nem a favor, muito pelo contrário, em contraponto à agressividade e o poder de comunicação de Johnson, revelou-se uma estratégia desastrada.

O fato é que áreas tradicionalmente ligadas ao trabalhismo, regiões industriais, apoiam o Brexit desde o referendo de 2016 e agora resolveram apoiar o partido conservador que assumiu a bandeira de forma agressiva, em harmonia com a postura do hoje seu líder.

A Inglaterra vai partir para o isolamento frente à Europa. Acho que estão dando um tiro no pé, mas é o desejo da maioria inglesa e deve ser respeitado.

É provável que com este resultado o Reino Unido tenha os seus dias contados. A Escócia, quase unanimemente, votou na direção oposta e mostrou que deseja permanecer na União Europeia. A questão da Irlanda do Norte e da sua fronteira com a República da Irlanda será um problema quase insolúvel. Muita confusão na região, que é palco de tensões seculares.

Importante notar que, apesar da derrota, o partido trabalhista segue amplamente hegemônico em Londres e Região Metropolitana e também no País de Gales.

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