sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A crise é acima de tudo estética


Vinícius Carvalho

Em Porto Alegre, um cara de 24 anos de idade matou uma família inteira com tiros na cabeça, pai, mãe e filho, por causa de uma discussão de trânsito.

O cara é um evangélico neopentecostal chamado Dionatha (a crise é acima de tudo estética, eu digo), idolatra coisas militares, fotos em motos, carros e, pesquisando suas redes sociais, adivinha em quem ele votou e fez campanha apaixonadamente?

Pois é.

É sério gente, eu estou pouco me fodendo se vocês acham que generalizar é errado, mas eu generalizo sim. E nem vou pedir desculpas não, acho que todo bom samaritano que fica repetindo "ain, o povo não é facista, ele só está confuso", "ain, a gente não pode achar que todo bolsomion é canalha", pra mim é um otário e eu quero distância.

Quando eu digo que a vitória do Bolsonaro, foi muito mais que a vitória de um campo político, foi a vitória de um campo cultural, eu não tô de brincadeira.

*Em tempo

Eu sou muito apegado à estética cultural, o que confundem com vaidade. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Eu não ligo para roupas, marcas e afins. Uma estética cosmopolita, urbana, minimalista, que tenta negar e se afastar de excessos, de gourmetização, de breguice, de exageros é outra coisa, ôtro patamá. É a negação de um estilo de vida hiper consumista que desemboca num apego ao neoliberalismo, a humanidade em segundo plano e, automaticamente, é gerador de violências e perpetrador de pautas políticas estúpidas e reacionárias.

Dito isto, se eu conheço alguém que se chama DIONATHA, eu já me afasto. Porque não é possível que alguém que tenha sido batizado de Dionatha não tenha passado por severas questões educacionais e culturais dentro de casa.

Eu hein.

Um comentário:

  1. Esse "dionatha" já dá a dimensão da coisa. Bem do brazuca que adora as dianes, as karolhinis, os welkinsons e por aí vai. A breguice dos nomes acompanha geralmente a da alma.

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